terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Estudo compara a saúde de obesos saudáveis com magros sedentários

Sugestão: Prof. Me. Lindomar Mineiro
Reportagem:  Gabriel Alves 

Resultado de imagem para gordo atletaUma pergunta que a ciência ainda está a penar para responder: é possível estar em boa forma e ser gordo ao mesmo tempo? A resposta óbvia seria que é melhor um obeso fazer atividade física a ser completamente sedentário.

Mas a ciência já não tem assim tanta certeza. Um novo estudo, divulgado na publicação científica International Journal of Epidemiology (assim como outros anteriores) indica que a obesidade é capaz de «anular» os benefícios dos exercícios.
Por outras palavras: se um indivíduo é obeso, só a prática de exercícios não é garantia de uma vida mais longeva e melhor, ou seja, com menos doenças.

Cientistas suecos da Universidade de Umeå  acompanharam 1,3 milhões de homens jovens no país e, ao analisar os dados de acordo com os factores obesidade e prática de exercício físico, constataram que quem era magro e sedentário tinha risco de morrer (por qualquer causa) 30% menor do que aqueles que eram obesos, mas estariam supostamente «em forma».

O resultado seria o suficiente para decretar a supremacia da magreza - não precisa de se mexer, mas não pode ser gordo – mas não significa necessariamente que é melhor ser um gordinho sedentário a encarar exercícios.

O problema é que algumas pessoas continuarão com excesso de peso mesmo com a prática regular de exercícios físicos. Esse é o caso do lutador de jiu-jítsu Luiz Rossini, de 42 anos. Desde 2003, ele luta na categoria pesados – para atletas acima de 100 kg. Atualmente, ele está com 140 kg, espalhados pelos seus 1,83 m de altura.

O seu IMC (índice de massa corporal) atual é de 41,8, o equivalente a obesidade mórbida. No entanto, ele treina cinco vezes por semana e já acumulou mais de 250 medalhas em campeonatos.

«Não tenho um padrão físico que a sociedade considere certo, mas eu tenho uma saúde muito melhor que a dos magrinhos», avalia.
O problema do peso, diz Rossini, é o excesso de desgaste nos joelhos e também um desconforto na hora da corrida. «Corro menos porque carrego mais peso.»

Segundo ele, a táctica é fazer o corpo habituar-se a trabalhar com a massa e conhecer os próprios limites. Ele afirma que faz check-ups anualmente para garantir que tudo está em ordem.
Para a sorte de Rossini e de outros atletas gordinhos, está claro na literatura médica que, independentemente do peso, a prática regular de exercícios é benéfica. Morre-se menos de doenças cardiovasculares e de cancro, por exemplo.

E há outros ganhos: «As pessoas acabam por descobrir a qualidade de vida. Mesmo sem emagrecer, há melhoria no condicionamento cardiovascular, na força e na flexibilidade», diz o personal trainer Cássio Adriano Pereira. «Torna-se mais fácil ir para o trabalho, realizar atividades de lazer e até fazer uma viagem.»

O director técnico da cadeia de ginásios Bodytech, Eduardo Netto, relata que existem clientes que começam a fazer exercício mesmo sem pensar no peso.

Caso seja esse o objectivo, o exercício realmente vai ajudar pouco. «Fizemos um estudo no qual um grupo de voluntários treinava de facto e o outro apenas recebia orientação para ter uma vida mais ativa. Vimos que o exercício sistemático não contribui em nada para a redução da obesidade», diz o endocrinologista e professor da UFRGS Rogério Friedman.
Para o médico, é importante «não dar uma ênfase muito grande ao exercício como solução para a obesidade». O ideal, para quem quer emagrecer, é «cuidar do que come».

Na opinião de Netto, a chave para ser um gordinho saudável é tentar gastar mais energia, «não só com a prática de exercício regular, mas ao caminhar, passear com o seu cão, ter um hobby que não implique apenas descanso, estacionar o carro longe do destino, usar as escadas e evitar usar o comando da televisão».

Outro estudo, realizado por investigadores da Universidade do Mississipi e publicado na revista Preventive Medicine acompanhou 11 mil pessoas de 36 a 85 anos durante dez anos e viu que, independentemente da obesidade, quem fazia exercícios conseguiu reduzir o risco de mortalidade - no caso, não há discriminação desse risco por tipo de doença.

A conclusão é optimista para quem pretende abater as gordurinhas, mas não é inédita: do ponto de vista dos anos de vida ganhos, praticar exercício vale a pena, independentemente do nível de massa corporal de cada um.

Estudos que acompanham o efeito crônico do exercício de milhares de pacientes por um longo período ainda são necessários, na opinião de Friedman. «A literatura médica ainda é muito pobre.»
Só assim, num futuro não muito distante, a ciência poderá identificar, sem grande margem para especulação, exatamente quais são os benefícios de ser magro e quais as vantagens de ser um «gordinho em forma».


FONTE(S): Folha Equilíbrio e Saúde (http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2016/02/1738058-estudo-poe-em-xeque-obesos-saudaveis-ao-comparar-com-magros-sedentarios.shtml) Diário Digital (http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=810934); Imagem --> Internet (www.google.com.br/imghp?hl=en).

Vírus misterioso que paralisa crianças

Sugestão: Acadêmica Naiara Wappler do III Termo de Enfermegem
Reportagem:  BBC Brasil / R7 Saúde

Médicos e pesquisadores dos Estados Unidos tentam decifrar um mistério: nos últimos seis meses mais de cem crianças e jovens do país foram vítimas de um ataque de paralisia repentina sem uma causa aparente.

Os casos começaram em agosto e os sintomas são debilidade repentina em uma ou várias extremidades do corpo e a perda da mobilidade. Exames de ressonância magnética nestes pacientes mostram uma inflamação na massa cinzenta do cérebro.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), em Atlanta, está investigando os casos registrados, os fatores de risco e possíveis causas do problema.

Mas, até agora, o pouco que se sabe é que o CDC chamou a doença de mielite flácida aguda e que pode ter relação com um surto de enterovírus que ocorreu no país na mesma época em que foram registrados os primeiros casos.

Debilidade e paralisia

A mielite flácida aguda é uma doença neurológica que causa debilidade nas extremidades do corpo e, nos casos mais graves, paralisia.

Os primeiros 12 casos ocorreram em agosto de 2014, no Hospital Infantil Colorado em Aurora, no Estado americano do Colorado. A partir daí foram 111 casos relatados em 34 Estados americanos.

"De repente começaram a chegar ao hospital crianças com sintomas pouco usuais. Tinham debilidade muscular, perda da mobilidade das estremidades e rigidez no pescoço", disse à BBC Mundo o médico Kevin Messacar, que trabalha no hospital.

A idade das crianças afetadas por este surto era de, em média, sete anos.

Quase todas as crianças foram hospitalizadas e algumas tiveram que ser ligadas a aparelhos para ajudar na respiração, mas todas já estão em casa, recebendo terapia de reabilitação.

A maior parte dos pacientes também apresentava febre e problemas respiratórios antes da aparição dos sintomas neurológicos.
Cerca de dois terços das crianças em observação melhoraram em uma média de 19 dias e apenas uma delas se recuperou totalmente.

Causas

As causas específicas da mielite flácida aguda ainda estão sendo investigadas.

Mas, os casos desta doença são parecidos com doenças causadas por vírus como o enterovírus (entre eles, o causador da poliomielite), adenovírus, vírus do Nilo ocidental e o vírus da herpes.

Estas doenças podem ser resultado de uma série de causas, incluindo infecções virais, toxinas do ambiente, problemas genéticos e síndrome de Guillain-Barre, uma doença neurológica causada por uma resposta imune anormal a ataques contra os nervos do corpo.

Os especialistas também investigam se os casos de mielite flácida aguda têm relação com as mais de mil infecções respiratórias, algumas delas graves, causadas pelo enterovírus D68 (EV-D68) nos Estados Unidos desde agosto de 2014.

Os médicos epidemiologistas do CDC afirmam que, no ano passado, o EV-D68 foi o tipo predominante de enterovírus em circulação nos Estados Unidos.

Para James Sejvar, neuroepidemiologista do CDC, a associação entre a mielite flácida aguda e o enterovírus seria coincidência.

"Os casos de paralisia apareceram durante o surto do EV-D68. As curvas temporais das duas doenças coincidem: surgiram em agosto e o declive começou a ser notado ao final de outubro, começo de novembro", disse Sejvar à BBC Mundo.

Mas, os pesquisadores não descartaram a associação entre as duas doenças.

"O que temos são provas circunstanciais. Não identificamos o próprio enterovírus EV-D68 na medula espinhal das crianças afetadas por esta mielite. Se encontrássemos algo assim, nos daria uma base mais sólida para estabelecer uma conexão entre as duas doenças", disse Sejvar.

Uma equipe do Hospital Colorado estudou os 12 casos de paralisia que chegaram ao centro entre agosto e outubro de 2014.

Segundo a investigação citada pela revista especializada The Lancet, as amostras nasais de oito das 12 crianças afetadas tinham o enterovírus e cinco delas tinham o EV-D68.

O que se pode fazer

No momento, e devido à incerteza que cerca esta doença, não há tratamento específico.

"Não conhecemos uma terapia eficaz para tratar a doença", disse Kevin Messacar, do Hospital Colorado.

"Até agora foi aplicada a terapia de reabilitação para que as crianças possam recuperar o máximo de mobilidade", acrescentou.

James Sejvar, do CDC, afirma que a fisioterapia é a única forma de tratamento, mas acrescenta que os pacientes demonstraram pouco progresso na recuperação.

Além disso os especialistas do CDC recomendam manter as vacinas em dia e lembram os conselhos mais comuns como lavar as mãos com frequência usando água e sabão, evitar o contato mais próximo com pessoas afetadas pela doença e desinfetar superfícies tocadas com frequência.

FONTE(S): R7 Saúde (http://noticias.r7.com/saude/virus-misterioso-que-paralisa-criancas-intriga-medicos-nos-eua-05022015); Imagem --> Internet (www.google.com.br/imghp?hl=en).