quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Estudo Indica: Ter um cão pode fazer bem ao coração

Reportagem modificada de: VEJA Ciência

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Ter um cãozinho em casa pode trazer mais do que só alegria para a sua vida: ele pode favorecer também a sua saúde. Um estudo divulgado pela Scientific Reports indica que o risco de desenvolver doenças cardíacas e até a mortalidade por causa de problemas no coração é menor entre donos de cachorros do que no resto da população.
“Uma descoberta muito interessante no nosso estudo é que ter um cão é especialmente importante como um fator protetivo em pessoas que vivem sozinhas, um grupo que em estudos anteriores já apresentava um risco maior de doenças cardiovasculares e morte do que outros que vivem em casas compartilhadas”, afirma a líder do estudo, Mwenya Mubanga, da Universidade de Uppsala, na Suécia.
“Talvez um cão funcione como um membro familiar importante em um lar de uma pessoa só. Os resultados mostram que donos de cães solitários têm uma redução de 33% no risco de morte e de 11% no risco de infarto.” Além disso, a pesquisa também mostrou que cães de raças criadas originalmente para caçar, como labradores ou pastores, são ainda mais benéficos para a saúde de seus donos.

Para chegar aos resultados, os cientistas analisaram dados de 3,4 milhões de indivíduos de 40 a 80 anos sem nenhum indício prévio de problemas no coração. Na Suécia, cada pessoa possui um número de identidade exclusivo e toda visita a um hospital é registrada em bases de dados nacionais, acessíveis aos pesquisadores após a identificação dos dados. Desde 2001, os cidadãos também são obrigados a informar se possuem animais de estimação. Mubanga e sua equipe utilizaram 12 anos de histórico hospitalar desses pacientes para avaliar se existia alguma associação entre os pets e o diagnóstico posterior de doença cardiovascular ou a morte por qualquer causa.

Os pesquisadores afirmam que esse tipo de estudo permitiu encontrar uma associação entre ter um cão como animal de estimação e a menor ocorrência de problemas no coração, mas isso não permite dizer com certeza que é o animal em si que traz o benefício.

“Sabemos que donos de cães, em geral, têm um nível mais elevado de atividade física, o que poderia ser uma explicação para os resultados observados”, afirma a coautora Tove Fall, também da Universidade de Uppsala. “Outras explicações incluem um aumento do bem-estar e dos contatos sociais ou efeitos que o [contato com o] cão provoca no microbioma bacteriano do proprietário.”

“Também pode haver diferenças entre donos e não-donos antes mesmo de comprar um cachorro, o que poderia ter influenciado nossos resultados. [Por exemplo], se as pessoas que optam por ter um cachorro já tendem a ser mais ativas e ter uma saúde melhor.” Segundo ela, provavelmente, os resultados podem ser generalizados para outras populações europeias com uma cultura similar em relação a animais de estimação.

FONTE(S):  VEJA Ciência (http://veja.abril.com.br/ciencia/ter-um-cachorro-reduz-risco-de-problemas-cardiacos/); Imagens --> Internet (www.google.com.br/imghp?hl=en).

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Envelhecer é inevitável

Reportagem modificada de: VEJA Ciência

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Não existe tratamento estético, dieta ou pílula mágica capaz de vencer o envelhecimento, essa é a conclusão de um estudo publicado  no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences,  o envelhecimento das células do corpo é um processo natural que até pode ser adiado, mas não impedido.

“Não é uma surpresa que todos nós vamos morrer um dia. Mas por que envelhecemos?”, questiona a líder do estudo, Joanna Masel, professora de ecologia e biologia evolutiva na Universidade do Arizona, nos Estados Unidos. A pergunta foi o que moveu ela e sua equipe a desenvolver um modelo matemático capaz de explicar esse fato, concluindo que é impossível chegar ao fim da vida com as células do corpo, da pele e do resto do organismo praticamente intactas. Elas se desgastam com o tempo, perdendo sua função e podendo se transformar em tumores cancerígenos. “Logicamente, teoricamente e matematicamente, não há escapatória.”
“As pessoas analisam por que o envelhecimento ocorre da perspectiva de ‘por que a seleção natural ainda não parou esse processo?’ Implicitamente, existe a ideia de que não envelhecer é possível – então, por que não evoluímos para alcançar isso?”, diz Masel. “O que nós estamos dizendo é que não é apenas uma questão de a evolução não conseguir fazer isso; a verdade é que isso não pode ser feito pela seleção natural ou por qualquer outra coisa.”

Segundo a pesquisadora, a compreensão atual da evolução do envelhecimento deixa em aberto a possibilidade de que o processo poderia ser interrompido, caso a ciência descobrisse uma maneira de selecionar perfeitamente as células. Um exemplo seria eliminar do organismo apenas as células “lentas” que funcionam mal e manter as células “boas” intactas. Mas, afirma Masel, a solução não é tão simples assim.

Imagem relacionadaBasicamente duas coisas acontecem com as células do corpo a medida em que envelhecemos: elas diminuem a velocidade do seu metabolismo e começam a perder sua função – como quando as células presentes nos cabelos, por exemplo, deixam de fabricar pigmento e ficam brancas – ou crescem descontroladamente, dando origem a um tumor e, possivelmente, um câncer. À medida que envelhecemos, explica Masel, todos tendem a desenvolver células cancerígenas em alguma parte do corpo, mesmo que não causem sintomas em um primeiro momento.

É por isso que, mesmo se a seleção natural fosse perfeita, ainda não estaríamos a salvo do envelhecimento – até se seguíssemos os melhores tratamentos, truques de beleza e hábitos saudáveis. Paul Nelson, pós-doutorando na Universidade do Arizona e membro da equipe de Masel, explica que, mesmo se a pessoa tentasse se livrar das células cancerígenas, seria obrigada a manter as células lentas e sentiria o impacto do envelhecimento da mesma forma. “E se você se livrar das células que funcionam mal, isso permitirá que as células cancerígenas se proliferem”, diz. Basicamente, não há o que fazer.

“Temos uma demonstração matemática de por que é impossível corrigir ambos os problemas. Você pode até consertar um deles, mas estará preso ao outro. E a razão é basicamente que todas as coisas estragam com o tempo”, afirma Masel.

FONTE(S):  VEJA Ciência (http://veja.abril.com.br/ciencia/e-impossivel-vencer-o-envelhecimento-diz-estudo/); Imagens --> Internet (www.google.com.br/imghp?hl=en).

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Curiosidades sobre a Mente

Reportagem modificada de: BBC Ciência

Imagem relacionadaO cérebro humano é particularmente complexo, é imóvel e representa apenas 2% da massa do corpo, mas e recebe aproximadamente 25% de todo o sangue que é bombeado pelo coração.  É um conjunto de milhares de milhões de células (cerca de 86 bilhões), destinado a receber as impressões sensitivas bem como a elaborar as reações motoras voluntárias, cabe-lhe ainda a sede das operações psíquicas mais complexas e elevadas.


Seguem abaixo algumas curiosidades sobre o Cérebro humano:

Você usa apenas 10% do cérebro?
Uma simples ressonância magnética pode acabar com essa teoria. Cientistas já provaram que nós usamos mais de 10% do cérebro ao executar simples tarefas – como falar.

A origem do mito pode estar relacionada ao estudo clássico de William James, The Energies of Men (1908), no qual o psicólogo afirma que utilizamos apenas uma pequena parte da capacidade mental, no entanto, ele não especifica a porcentagem.

Resultado de imagem para célula da gliaOutra explicação pode ser a falta de compreensão em relação ao complexo campo da neurociência. Os neurônios da massa cinzenta são responsáveis pelo poder de processamento do cérebro e correspondem a uma em cada dez células cerebrais.

As outras células, conhecidas como células gliais (massa branca), oferecem apoio e nutrição aos neurônios, mas não ajudam no poder de processamento. A teoria de que seria possível aproveitar as células gliais e capacitá-las para desempenhar o papel do neurônio é pura fantasia. Então se alguém disser para você "usar todo o seu cérebro", responda que você já está fazendo isso.
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Você pode aprender línguas dormindo?
Outra crença comum é sobre a capacidade de aprender uma língua durante o sono. Ao deitar, bastaria colocar um CD com aulas de francês, por exemplo, e, pronto! Absorveríamos todo o conteúdo enquanto dormimos.

A eficácia da técnica tem sido contestada, no entanto, desde o experimento de Charles Simon e William Emmons (1956), que não encontrou qualquer evidência de que seria possível aprender algo durante o sono.

Já o estudo de Thomas Schreiner e Björn Rasch (2014) mostrou que ensinar palavras em holandês durante um movimento ocular mais lento ou ao acordar melhora a capacidade de memorizar o vocabulário. Ainda assim, a margem de melhoria foi pequena, ou seja, os métodos tradicionais ainda são os mais recomendados para o aprendizado de idiomas.
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Ouvir Mozart torna a criança mais inteligente?
O termo "efeito Mozart" surgiu a partir de um artigo publicado pela Universidade da Califórnia em 1991, que detalhava um estudo feito com 36 estudantes. Os que ouviram Mozart por 10 minutos antes de uma atividade mental – que tinha como objetivo testar uma habilidade visual espacial específica – se saíram melhor do que aqueles que haviam aguardado em silêncio.


Apesar da limitação óbvia da pesquisa, que contou com um número pequeno de participantes – e do fato de que nenhum deles era criança –, o resultado inspirou o surgimento de diversos produtos destinados aos pais e que foram colocados à venda com a promessa de potencializar a inteligência de seus filhos.

Em 2010, uma análise de vários estudos constatou que ouvir música ou outro tipo de conteúdo teria um impacto num curto prazo na capacidade de manipular formas mentalmente, mas não encontrou evidências para sustentar um possível impacto no quociente de inteligência (QI) das pessoas.

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Você pensa com o lado direito ou esquerdo do cérebro?
Se você acredita que tem um cérebro "intuitivo", porque usa mais o lado direito, ou "analítico", por acionar mais o hemisfério esquerdo, está enganado. A teoria de que um dos lados do cérebro tem influência significativa na personalidade da pessoa é um mito.

É verdade que algumas funções cerebrais encontram um suporte maior em determinado hemisfério do cérebro. Um exemplo é o idioma, controlado predominantemente pelo lado esquerdo. No entanto, aspectos da comunicação, como a modulação de voz, são guiados por regiões do lado direito. Ou seja, um simples bate-papo provoca reações complexas em ambos os lados.

A tecnologia moderna oferece uma visão mais precisa que contradiz crenças históricas. Um estudo da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, divulgado na publicação científica Plos One, examinou cada par de 7.266 regiões do cérebro em mais de mil indivíduos, enquanto eles executavam pequenas tarefas.

O estudo não encontrou, no entanto, evidências claras para sugerir que os participantes estavam usando fortemente o lado esquerdo ou direito.
Como seres humanos, temos tendência a agrupar objetos ou pessoas em conjuntos ou categorias que nos ajudem a organizar e entender o desconhecido. É essa tendência humana que pode ter influenciado a propagação deste mito tão popular.
Resultado de imagem para bebida alcoolicaÁlcool mata células do cérebro?
Acordar com a cabeça latejando após uma noite de bebedeira pode dar a impressão de que o álcool destruiu milhares de células do seu cérebro, mas a boa notícia é que isso provavelmente não aconteceu.

Grethe Jensen (1993) comparou amostras de neurônios de pessoas que bebiam álcool e que não bebiam. Os resultados não apresentaram diferenças perceptíveis no número ou na densidade de células do cérebro.

Pesquisas sugerem, no entanto, que apesar de o álcool não matar as células, ele pode ter um impacto negativo significativo no comportamento delas, alterando as ligações entre os neurônios no cérebro, o que afeta a forma como as células se comunicam entre si.

Um estudo publicado na revista Neuroscience também descobriu que quantidades moderadas de álcool alteram a produção de novos neurônios no hipocampo de um adulto, um processo chamado neurogênese - o que pode ter efeito na aprendizagem e na memória.

Resultado de imagem para pancada na cabeça desenhoDano cerebral é sempre permanente?
A gente costuma ouvir que qualquer dano cerebral é permanente. Mas um dos feitos notáveis deste órgão é que, em certas circunstâncias, é possível que ele consiga recuperar uma lesão, dependendo da localização e da gravidade.

Uma concussão pode ser uma interrupção temporária das funções do cérebro, mas, desde que não haja traumatismo posterior na cabeça, o cérebro pode se recuperar completamente.

O cérebro também pode se adaptar a lesões ainda mais graves em um processo chamado neuroplasticidade, que se refere à capacidade do cérebro de redirecionar suas funções desativadas por condições mais sérias, como um acidente vascular cerebral.

FONTE(S):  BBC BRASIL Ciência (http://www.bbc.com/portuguese/geral-41895559); Imagens --> Internet (www.google.com.br/imghp?hl=en).



terça-feira, 7 de novembro de 2017

Dúvidas e Curiosidades sobre o Câncer

Reportagem modificada de: Katie Silver, BBC


Resultado de imagem para internetPacientes de câncer que recorrem à internet para pesquisar sintomas e tratamentos muitas vezes se deparam com informações erradas, que mais prejudicam do que melhoram sua saúde.

Com isso em mente, a ONG britânica Macmillan, de combate ao câncer, contratou uma enfermeira especializada para se dedicar a desmentir mitos que ecoam online nesta era de "fake news". Ellen McPake explica que a desinformação começa já no consultório: parte dos pacientes saem de suas consultas cheios de dúvidas.

"Quando o médico fala a palavra câncer, as pessoas bloqueiam e não absorvem informações. Depois, em casa, sentam na frente do computador para buscar online", diz a enfermeira. E na internet acabam encontrando casos extremos ou exageros. "Há muitos mitos online."
'Bicarbonato de sódio cura câncer'
Resultado de imagem para bicarbonato de sodio"Há quem acredite que tomar bicarbonato oralmente ou por via intravenosa pode curar o câncer. Não há evidência nenhuma que sustente isso", diz McPake.
Ela diz receber, no call center da Macmillan, ligações de diversos pacientes que experimentam bicarbonato por achá-lo menos severo que a quimioterapia ou a radioterapia.
"Para algumas pessoas (o bicarbonato) pode ser bastante perigoso ao afetar os rins dos pacientes", explica.

'Açúcar causa câncer'
Resultado de imagem para açucarAinda que a obesidade esteja ligada ao câncer, o consumo de açúcar por si só não aumenta o risco de tumores.
"O açúcar não faz o câncer crescer mais rapidamente", diz texto da Clínica Mayo, referência em atendimento médico. "Todas as células, inclusive as cancerígenas, dependem do açúcar do sangue (glicose) para obter energia. Mas dar mais açúcar a células cancerígenas não aumenta a velocidade de seu crescimento."
McPake já viu pacientes abdicarem do açúcar com base em falsas premissas. "Não há forma de tirar completamente o açúcar da dieta", diz ela.
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'Vitamina C cura câncer'
"Uma vez, recebi o telefonema de um casal que havia pagado uma fortuna para um tratamento com vitamina C, em uma clínica que lhes disse que curaria seu câncer", conta McPake.
Mas o dinheiro foi gasto à toa. "O homem ficou transtornado. Disse que preferia ter guardado as economias para ter uma melhor qualidade de vida."
Segundo a Clínica Mayo, apesar da falta de evidências, alguns praticantes da medicina alternativa continuam indicando a vitamina C para pacientes de câncer.
"Mais recentemente, descobriu-se que a vitamina C ministrada intravenosa tem um efeito diferente da ingerida na forma de comprimido. Isso renovou o interesse da vitamina C no tratamento de câncer", explica o médico Timothy J. Moynihan no site da clínica. "Ainda não há provas de que a vitamina C, por si só, cure câncer. Mas pesquisadores estão estudando quanto a se ela pode aumentar a efetividade de outros tratamentos, como a quimioterapia e a radioterapia."

'Só pessoas mais velhas têm câncer'
Imagem relacionadaO câncer se torna mais comum com a idade - à medida que as células envelhecem -, mas pode afetar pessoas de todas as idades.
E, nas últimas décadas, alguns tipos de cânceres cresceram justamente entre as populações mais jovens.
É o caso do câncer de pele: um estudo de 2013 identificou um grande aumento do melanoma (o mais mortal câncer de pele) entre mulheres jovens, em especial entre as que se submetiam a bronzeamento artificial com frequência.
A Sociedade Americana de Câncer aponta que cânceres em jovens são muito mais raros do que em idosos, mas os mais comuns são de mama, linfomas, melanomas, sarcomas, tireoide leucemia, entre outros.

Resultado de imagem para tubarão'Tubarões não têm câncer'
A falsa ideia de que tubarões são imunes ao câncer leva pacientes a buscar sua cartilagem como um suposto preventivo ou tratamento de tumores.
Esse mito remonta aos anos 1970, quando pesquisadores na Flórida submeteram tubarões a altos níveis de substâncias cancerígenas e não encontraram evidências de tumores.
Mas diversos estudos posteriores não identificaram nenhum benefício da cartilagem de tubarões - nem mesmo em roedores.
E, em 2010, descobriu-se que tubarões podem, sim, desenvolver tumores: uma fêmea do zoo de Indianapolis, nos EUA, foi diagnosticada com um melanoma.

Resultado de imagem para enemas de café'Enema de café ajuda a combater câncer'
Segundo McPake, 'enemas de café' - em que um líquido à base de café é injetado para uma limpeza do reto e dos intestinos - chegaram a ser bastante populares. "Alguns sites divulgavam que (o método) fazia algo no intestino que conseguia curar o câncer", diz ela.
Mas a ONG Cancer Research UK afirma que "enemas de café já foram ligados a sérias infecções, desidratação, constipação, colite (inflamação do cólon) e perigosos desequilíbrios de eletrólitos e até mesmo a morte".


Resultado de imagem para múmias egipcias'É uma doença moderna'
"Circula a ideia de que o câncer é uma doença moderna criada pelo homem", diz McPake. "Mas não é: ela foi encontrada até em múmias egípcias."
Ela se refere a uma múmia de 2,2 mil anos em que foram encontrados indícios de câncer de próstata. E um dedo de 1,7 milhão de anos de um antepassado humano na África do Sul foi diagnosticado com um tipo agressivo de câncer de osso.


FONTE(S):  BBC BRASIL Saúde (http://www.bbc.com/portuguese/geral-41811532); Imagens --> Internet (www.google.com.br/imghp?hl=en).

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Os Elementos Químicos que podem ser tóxicos

Reportagem Modificada de: Marcos Nogueira 
"Os elementos da morte" -  Revista Superinteressante

Diz o provérbio que os piores venenos, assim como os melhores perfumes, vêm nos menores frascos. Isso nem sempre é verdadeiro: alguns dos venenos mais mortais podem vir em uma pilha, em um termômetro ou num brinquedo qualquer. Substâncias potencialmente letais fazem parte do nosso cotidiano desde que a humanidade aprendeu a usar e transformar os materiais que o ambiente lhe oferece – isso porque, além de serem tóxicos, tais produtos têm utilidades prosaicas como armazenar água ou colorir as paredes da casa.

Resultado de imagem para tóxicoO uso (em geral imprudente) dos venenos pelo homem é o tema que o químico inglês John Emsley escolheu para escrever o livro The Elements of Murder – A History of Poison (“Os Elementos do Assassinato – Uma História do Veneno”, inédito no Brasil). Nele, o cientista explora, segundo suas próprias palavras, “um lado mais negro da tabela periódica” e elege os 5 elementos químicos mais perversos: mercúrio, arsênio, chumbo, antimônio e tálio. Por que esses 5? Porque, além de serem mortais, não fazem parte da seleta lista de 25 elementos essenciais à manutenção da vida. A única possível exceção é o arsênio: “o júri ainda está indeciso quanto a ele”, escreve Emsley). “Também há elementos que são tanto essenciais quanto altamente tóxicos, como o flúor, o selênio e o cromo.”

Embora as propriedades maléficas de algumas substâncias sejam conhecidas há milênios, foi somente com o avanço da química que se estabeleceu uma distância segura de determinados venenos. Em alguns casos, isso só aconteceu no final do século 20. Até lá, todo mundo passava soluções de mercúrio em feridas abertas na pele. Um pouco antes, latas de alimentos em conserva eram soldadas com chumbo. E médicos receitavam loções de arsênio para tratar dores lombares.
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1 – O antimônio

O que é: O antimônio (Sb) pertence a uma categoria de elementos chamada metalóides ou semimetais. Ou seja: ele existe tanto na forma de metal quanto na de não-metal.
Apresentação: O composto de antimônio mais usado em envenenamentos é o tártaro emético – ou tartarato duplo de antimônio e potássio – que vem em forma de cristais hidrossolúveis.
Como mata: Dificilmente alguém morre por tomar uma grande dose única de antimônio – o organismo a expele antes de o efeito ser fatal. São mais comuns as mortes por muitas doses pequenas.
Para que serve: O antimônio é usado em eletrodos de baterias de automóveis, compõe ligas metálicas e ainda pode servir como matéria-prima de determinados tipos de vidro.

Resultado de imagem para antimônioNa medicina: Compostos de antimônio sempre foram usados na indústria farmacêutica. E ainda são: o tratamento da leishmaniose (doença parasitária que causa úlceras na pele) depende de remédios antimoniais. Na Idade Média, era muito popular o uso de uma certa “pílula eterna” de antimônio metálico para combater a prisão de ventre. Uma bola de antimônio era engolida e irritava as paredes intestinais da pessoa, acabando com qualquer constipação. Em seguida era recolhida, lavada e guardada para problemas futuros – e passada para as gerações seguintes.

Dose letal: Uma pessoa pode morrer com 120 mg, desde que tudo isso seja absorvido pelo corpo – algo muito improvável.

Resultado de imagem para Wolfgang Amadeus MozartRéquiem para Mozart: A morte do compositor Wolfgang Amadeus Mozart, ocorrida em 1791, nunca foi plenamente esclarecida. Há teorias conspiratórias sobre um suposto envenenamento criminoso – o também músico Antonio Salieri, seu rival na corte de Viena, chegou a confessar o assassinato, mas sofria de demência senil e poucos acreditam nessa hipótese hoje. Segundo o farmacêutico Ian James, do hospital Royal Free de Londres, Mozart morreu por envenenamento acidental. Culpa do pó de antimônio que lhe receitaram para tratar o que fora diagnosticado como “melancolia”. Ian diz que todos os sintomas dos últimos dias de Mozart condizem com essa teoria: febre alta, vômitos violentos, inchaço dos membros, hálito pestilento e erupções cutâneas. Ironicamente, um quadro como esse era tratado na época com remédios à base de antimônio.
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2 – O chumbo

O que é: O chumbo (Pb) é um dos metais mais úteis para a humanidade – é maleável, abundante, resistente à corrosão. É também um veneno poderoso.
Apresentação: O envenenamento ocorre pela água transportada em canos de chumbo, por tintas à base desse metal e outros compostos plúmbeos.
Como mata: O chumbo é um veneno que se acumula no organismo humano – especialmente nos ossos. Ele interfere na produção de sangue, no sistema nervoso e no funcionamento dos rins. Os sintomas da intoxicação incluem insônia, alucinações, cegueira, obstrução intestinal e coma.
Para que serve: Para uma infinidade de coisas: da produção de baterias a soldas, de munição a pesos para pescaria.

Resultado de imagem para chumboNa medicina: Loções contendo chumbo eram tratamento para males como tuberculose, sangramentos genitais e lesões na pele. Por serem de uso externo, não ofereciam grande risco. Até hoje, algumas tinturas capilares contêm chumbo – nada funciona tão bem contra cabelos grisalhos.

Dose letal: A tolerância ao chumbo varia de acordo com o indivíduo – e são raros os casos de morte por dose única. É consenso que uma pessoa com mais de 80 mg do metal por 100 ml de sangue está gravemente envenenada.

Resultado de imagem para potes vinho romanosEmbriaguez venenosa: O chumbo tem envenenado a humanidade desde a invenção de duas coisas complementares: a cerâmica e o vinho. Potes de cerâmica costumavam ser envernizados com produtos à base de chumbo. Esse verniz reage com o vinho, resultando numa substância chamada acetato de chumbo. Também chamado de “açúcar de chumbo”, esse produto é – como seria de se esperar – doce. Por isso e porque ajuda a conservar o vinho, o acetato de chumbo era adicionado de propósito à bebida no Império Romano. E a elite de Roma tomava vinho como se fosse água. Isso, segundo John Emsley, provavelmente era a causa do comportamento alucinado de imperadores como Calígula e Nero. Nos séculos posteriores, esse tipo de envenenamento continuou a atacar os bebedores de vinho – porém de forma acidental. Ou pela má-fé de gente que usava o produto para disfarçar vinho ruim.
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3 – O arsênio

O que é: O arsênio (As) é um elemento químico da família do nitrogênio encontrado em minérios de cobre e de chumbo. Apesar de ser obtido exclusivamente como subproduto na extração de outras substâncias, existe uma superprodução global de arsênio.
Apresentação: Não confunda: o elemento químico se chama arsênio. Arsênico, talvez o mais famoso dos venenos, é o nome popular de um de seus compostos, o trióxido de arsênio – também conhecido como arsênico branco.
Como mata: A primeira reação do corpo à intoxicação por arsênio é vomitar – mas geralmente a expulsão do veneno ocorre tarde demais para impedir o estrago. Tanto os vômitos quanto a diarréia são violentíssimos e, ao fim de um ou dois dias, a vítima pode morrer de falência cardíaca.

Resultado de imagem para arsênioPara que serve: Os antigos chineses e indianos já usavam arsênico como pesticida. Compostos de arsênio são ou já foram usados em armamentos, tratamento de madeira, em componentes eletrônicos e na fabricação de tintas.
Dose letal: Varia muito de acordo com o indivíduo, já que o corpo pode desenvolver tolerância ao veneno.

Na medicina: Em doses pequenas, os compostos de arsênio não são fatais – e foram usados na preparação de medicamentos até o século passado (a medicina chinesa ainda os utiliza). No século 19, causou sensação a descoberta de uma aldeia de camponeses nos Alpes Estírios, entre a Áustria e a Hungria, em que a população tomava arsênico como se fosse tônico. As doses ingeridas chegavam a quase 1 grama – o suficiente para matar 4 pessoas ou mais – e ainda assim não causavam nenhum efeito nocivo a quem as tomava.

A morte nas paredes: No século 19, a Inglaterra desenvolveu uma compulsão por decorar suas casas com papéis de parede. Esses papéis eram coloridos com arsênio – em especial os padrões florais, em que um pigmento chamado verde-de-scheele reinava onde quer que se desenhassem folhas. Quando expostos à umidade, esses papéis de parede viravam culturas de um bolor que exalava trimetilarsina – um gás fatal. Embora não haja números exatos sobre mortes e doenças, uma nação inteira foi envenenada: estima-se que, por volta de 1860, os lares britânicos somavam 250 km2 de papéis de parede com arsênio.

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4 – O tálio

O que é: A descoberta do tálio (Tl) é relativamente recente: o químico inglês William Crookes o batizou assim em 1861 porque, ao ser queimado na chama do bico de Bunsen, o elemento produz uma chama de verde vivo como o de um broto verde. Thallos em grego ou, em português vulgar, talo.
Apresentação: O tálio geralmente é encontrado na forma de sais. Os mais comuns são o sulfato de tálio – pesticida muito usado em outras épocas contra ratos e baratas – e o acetato de tálio, que compunha alguns cremes e loções pra eliminar pêlos corporais indesejados. Esse efeito colateral é um grande problema para os envenenadores que recorrem ao tálio: se a vítima sobrevive, caem seus cabelos e a máscara do criminoso.

Resultado de imagem para tálioComo mata: Dentro do nosso corpo, os íons de tálio “se fazem passar” por potássio – elemento essencial para o organismo. Eles se instalam nas células, cujo funcionamento é prejudicado. Isso ocorre principalmente no sistema nervoso: o resultado é insônia, depressão profunda e desejo de morrer. O tálio também ataca os testículos e o coração, e causa paralisia muscular.
Para que serve: O uso dos compostos de tálio é restrito à produção de objetos muito específicos, como lentes especiais e células fotoelétricas.

Na medicina: Como agente “descabelante”, o tálio fez muito sucesso no século 19 no tratamento da tinea, um tipo de micose cutânea. Ainda hoje, isótopos radioativos de tálio são empregados no diagnóstico de doenças cardíacas.
Resultado de imagem para O Cavalo Amarelo, de Agatha Christie.
Dose letal: 800 mg.

O livro da salvação: Como o envenenamento por tálio é muito raro e seus sintomas se confundem com os de outras doenças, é comum que os médicos façam “n” exames e não consigam identificá-lo. Foi isso o que ocorreu com uma menina de 19 meses atendida, em 1977, no hospital Hammersmith de Londres. Por sorte, havia na equipe uma enfermeira que lera o romance O Cavalo Amarelo, de Agatha Christie. O livro menciona que o tálio causa queda de cabelos e a enfermeira, ao notar esse sintoma na criança – que já havia tentado todos os recursos médicos disponíveis no seu Catar natal – chamou a atenção dos médicos. Não deu outra: a menina vinha atacando a ração de tálio que a família usava para acabar com ratos e baratas da casa.




5 – O mercúrio

O que é: O mercúrio (Hg) é o único metal que é sempre líquido em temperatura ambiente – congela a 39 graus negativos. A principal fonte da substância é um minério chamado cinabre.

Apresentação: Mercúrio líquido, como o encontrado em termômetros, é relativamente inofensivo, pois o sistema digestivo não o absorve. O problema é que ele é um líquido volátil e o seu vapor é altamente tóxico. Sais de mercúrio oferecem ainda mais perigo, pois se dissolvem em água e podem ser misturados a alimentos e bebidas – o mais venenoso de todos é o corrosivo sublimado (bicloreto de mercúrio).

Como mata: Minutos depois da ingestão de uma grande dose, começam os vômitos e a diarréia. Em casos de intoxicação aguda, surgem lesões nos intestinos, fígado e boca. O envenenamento pode levar à falência renal e tem efeitos perversos no sistema nervoso: a pessoa se torna irritada, paranóica, sofre de tremores e fala e age como louca. A imagem folclórica do “cientista louco”, segundo John Emsley, teve origem em casos reais de intoxicação por mercúrio: vazamentos do metal em laboratórios eram coisa comum.
Resultado de imagem para mercúrio elemento quimico
Para que serve: O mercúrio tem a capacidade de se amalgamar com outros metais. Isso é útil especialmente na extração de ouro – para separar o metal precioso das impurezas. Entre outros usos do mercúrio já figuraram a fabricação de espelhos, de lâmpadas, de baterias e até chapéus de feltro.

Na medicina: A partir do século 16, remédios à base de mercúrio eram usados contra a sífilis – como o metal se acumula no cabelo do paciente, até hoje é possível examinar os fios e especular se o seu dono era ou não sifilítico (entre os suspeitos, estão Napoleão e o rei Henrique 8º da Inglaterra). No Brasil, antissépticos com mercúrio na fórmula só foram proibidos na década de 1990.

Dose letal: Em geral, 200 mg são suficientes para matar.

Sashimi do mal: O caso mais famoso – e trágico – de envenenamento em massa por mercúrio aconteceu no Japão nas décadas de 1950 e 1960. Uma indústria despejou dezenas de toneladas de mercúrio na baía de Minamata. Ele foi incorporado à cadeia alimentar até chegar aos peixes. Em 1952, o desastre se manifestou com uma quantidade anormal de peixes mortos boiando no mar. Gaivotas e gatos que comeram esses peixes passaram a se comportar como loucos. O mesmo efeito se deu nos humanos: estima-se que a chamada doença de Minamata tenha afetado cerca de 3 mil pessoas e matado mais de 900 delas.



FONTE(S):  Revista Superinteressante  (https://super.abril.com.br/ciencia/os-elementos-da-morte/); Imagens --> Internet (www.google.com.br/imghp?hl=en).



quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Alimentos e Agrotóxicos

Resultado de imagem para alimentos saudaveisReportagem: Veja Saúde

Uma pesquisa inédita realizada pela ONG Greenpeace, divulgada nesta terça-feira, 31, revelou que 36% de alimentos comuns à dieta do brasileiro, coletados em feiras livres de São Paulo e Brasília contêm resíduos de agrotóxicos proibidos ou acima do permitido.


Os testes foram realizados pelo Laboratório de Resíduos de Pesticidas (LRP) do Instituto Biológico de São Paulo, ligado ao governo do Estado, com amostras coletadas dos  centros de distribuição em setembro.

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A  organização coletou amostras de 12 tipos: arroz branco e integral,  feijão preto e carioca, mamão formosa, tomate, couve, pimentão verde, laranja, banana nanica, banana prata e café.  Dessas amostras, 60% continham resíduos de agrotóxicos — o que não significa irregularidade, necessariamente.

A preocupação ficou por conta de 36% dos alimentos coletados. De acordo com o teste, estas amostragens apresentaram pesticidas totalmente proibidos no Brasil para qualquer alimento ou continham níveis de produtos proibidos para aquela cultura específica, ou contavam com resíduos acima do limite permitido por lei.
Os resultados são consistentes com pesquisa feita pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) com amostras coletadas entre 2014 e 2015. Durante o trabalho,  a agência mostrou que 58% dos alimentos tinham algum resíduo de agrotóxico.

Parte dos alimentos foi escolhida por serem representativos na dieta do brasileiro — de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) –, e a outra parte por apresentarem altos índices de agrotóxico (como couve, pimentão e tomate).

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Testes realizados pela Proteste em 2016 também já mostraram que mais de um terço dos alimentos tinha agrotóxicos ilegais. A entidade testou amostras de oito tipos de alimentos.

Apesar do campo de pesquisa ser restrito e ter sido considerado uma amostragem pequena, para o Greenpeace não há dúvida que o cenário é semelhante em todas as demais feiras e mercados do país.

Saiba com a reportagem "O INIMIGO INVISÍVEL": http://www.r7.com/r7/media/2016/2016-agrotoxicos/index.html

FONTE(S):  VEJA Saúde  (http://veja.abril.com.br/saude/36-dos-alimentos-tem-agrotoxicos-acima-do-limite-ou-proibidos/); Imagens --> Internet (www.google.com.br/imghp?hl=en).