Reportagem Modificada de: De Regan Morris e James Cook
- BBC News
Recentemente um granja de uma fazenda em São Francisco (EUA) está produzindo carne de frango a partir das células de uma pena sem abater o animal. O exemplar de frango que "doou" suas células, produz carne com o gosto característico do animal e supostamente ciscando em uma fazenda .
Essa carne não deve ser confundida com os hambúrgueres vegetarianos à base de verduras e legumes e outros produtos substitutos de carne que estão ganhando popularidade nos supermercados.
São necessários cerca de dois dias para produzir um nugget de frango em um pequeno biorreator, usando uma proteína para estimular as células a se multiplicarem, algum tipo de suporte para dar estrutura ao produto e um meio de cultura - ou desenvolvimento - para alimentar a carne conforme ela se desenvolve.
O resultado ainda não está disponível comercialmente em nenhum lugar do planeta, mas o presidente-executivo da Just, Josh Tetrick, diz que estará no cardápio em alguns restaurantes até o fim deste ano.
"Nós fazemos coisas como ovos, sorvete ou manteiga de plantas e fazemos carne apenas a partir de carne. Você simplesmente não precisa matar o animal", explica Tetrick.
Tetrick e outros empresários que trabalham com "carne celular" dizem que querem impedir o abate de animais e proteger o meio ambiente da degradação da pecuária intensiva industrial.
Eles afirmam estar resolvendo o problema de como alimentar a crescente população sem destruir o planeta, ressaltando que sua carne não é geneticamente modificada e não requer antibióticos para crescer.
A Organização das Nações Unidas (ONU) diz que a criação de animais para a alimentação humana é uma das principais causas do aquecimento global e da poluição do ar e da água. Mesmo que a indústria pecuária convencional se esforce para se tornar mais eficiente e sustentável, muitos duvidam que será capaz de acompanhar o crescente apetite global por proteína.
Abatemos 70 bilhões de animais por ano para alimentar sete bilhões de pessoas, destaca Uma Valeti, cardiologista que fundou a Memphis Meats, empresa de carnes fabricadas a partir de células, na Califórnia.
Segundo ele, a demanda global por carne está dobrando, à medida que mais pessoas saem da pobreza. Nesse ritmo, acrescenta, a humanidade não conseguirá criar gado e frango suficientes para saciar o apetite de nove bilhões de pessoas até 2050.
"Assim, podemos literalmente cultivar carne vermelha, aves ou frutos do mar diretamente dessas células animais", diz Valeti.
FONTE(S): BBC Ciência (https://www.bbc.com/portuguese/geral-45887742); Imagens --> Internet (www.google.com.br/imghp?hl=en).