quinta-feira, 21 de maio de 2015

Cientistas afirmam a possibilidade de transplante de cabeça


O primeiro transplante de cabeça em seres humanos da história poderia ocorrer nos próximos dois anos, segundo uma reportagem publicada pela revista NewScientist.

Está é a possibilidade que está sendo estuda pela equipe coordenada pelo cirurgião italiano Sergio Canavero, do Grupo de Neuromodulação Avançada de Turim. 

A técnica consistiria em implantar a cabeça de um paciente de doença grave no corpo de um doador que tenha tido morte cerebral.

Em entrevista à NewScientist, Canavero disse que a cirurgia poderia prolongar a vida de pessoas que sofrem de degeneração dos músculos e nervos ou que tenham câncer.

Figura 01

Ele disse que está ciente de que a proposta gera muita polêmica e que entraves éticos podem ser uma grande barreira. Canavero prevê ainda que sua equipe enfrenta dificuldades para conseguir autorização para desenvolver a técnica nos Estados Unidos.

"Se a sociedade não quiser isso, eu não vou fazer. Mas se as pessoas não quiserem nos Estados Unidos ou na Europa, não significa que não será feito em outro lugar. Estou tentando fazer da forma correta. Antes de você ir à lua, tem que ter certeza que as pessoas o seguirão", disse Canavero à NewScience.

Técnica


Elas incluem procedimentos como resfriar a cabeça do receptor e o corpo do doador para evitar que as células morram sem oxigênio, cortar os tecidos do pescoço e conectar as veias e artérias maiores a tubos finos e seccionar os nervos da espinha.

Uma das partes mais complicadas da eventual cirurgia seria conectar os nervos da espinha do corpo aos nervos da cabeça. O cirurgião usaria uma substância química com polietileno para fazer as conexões e eletrodos para estimular as novas conexões nervosas.

Figura 02

Canavero disse também à NewScience que logo após a cirurgia o paciente passaria semanas em coma e inicialmente seria capaz de mover os músculos do rosto e falar com a mesma voz que tinha antes. Porém, seria necessário pelo menos um ano de fisioterapia para que pudesse andar. Segundo ele, diversas pessoas já teriam se candidatado ao procedimento.

De acordo com a NewScience, um procedimento similar já foi testado em um macaco nos durante os anos 70 por outra equipe.No caso, após o procedimento de transplante de cabeça, o animal conseguia respirar com ajuda de aparelhos mas não podia se mover, pois sua cabeça não havia sido conectada aos nervos da espinha. O animal morreu dias depois devido à rejeição de tecidos.

FONTE(S): Reportagem --> NewScienc (www.newscientist.com/), BBC Brasil (http://www.bbc.co.uk/portuguese); Imagens: Figura 01 (http://hypescience.com/), Figura 02 (White et al. 1971/ Surgical Neurology International).


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