quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Tabagismo: Bons motivos para parar

Texto modificado de: James Gallagher
Da BBC

Os pulmões têm uma capacidade quase "mágica" de reparar alguns danos causados ​​pelo cigarro — mas apenas se você parar de fumar, diz um novo trabalho publicado na revista científica Nature.
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Resultado de imagem para é proibido fumarEm cada tragada, o fumante inala mais de 4.720 substâncias tóxicas, como: monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína, naftalina e fósforo P4/P6 (usado para matar rato), além de 43 substâncias cancerígenas, sendo as principais: arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, chumbo, resíduos de agrotóxicos e substâncias radioativas (Polônio 210, por exemplo).  Como resultado, fumar é causa direta de cerca de 50 doenças, muitas delas incapacitantes e fatais, como câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, isso representa a principal causa de mortes evitável em todo o mundo, sendo responsável por 63% dos óbitos relacionados às doenças crônicas não transmissíveis.

Pessoas que fumam pelo menos um cigarro por dia têm 64% mais riscos de morte prematura que os não fumantes, já entre os que consomem de um a 10 cigarros por dia, o risco é até 87% maior. E fumar 20 ou mais cigarros por dia quase triplica as chances de sofrer hemorragia cerebral.

As mutações que levam ao câncer de pulmão eram consideradas permanentes e persistentes, mesmo após o indivíduo abandonar o cigarro. Mas uma descoberta surpreendente, publicada na revista científica Nature, revela que as poucas células que não foram danificadas pelo tabagismo podem regenerar o órgão.

O efeito foi observado mesmo em pacientes que fumaram um maço de cigarros por dia durante 40 anos antes de parar de fumar.
As substâncias químicas presentes no cigarro danificam e provocam mutações no DNA das células pulmonares — transformando lentamente as células saudáveis ​​em células cancerígenas.
O estudo — que analisou amostras dos pulmões de 16 pessoas, incluindo fumantes, ex-fumantes, indivíduos que nunca fumaram e crianças — mostrou que isso acontece em grande escala nos pulmões de um fumante, antes mesmo de a pessoa desenvolver um tumor.
A grande maioria das células coletadas das vias respiratórias dos participantes fumantes havia sofrido mutações em decorrência do tabagismo — algumas células tinham até 10 mil alterações genéticas. Mas uma pequena porção de células estava incólume* .(*sem lesão ou ferimento; livre de dano ou perigo).

Não se sabe exatamente como elas conseguiram evitar a devastação genética causada pelo fumo, mas, de acordo com os pesquisadores, estas células parecem "viver em um bunker nuclear". No entanto, depois que alguém para de fumar, são essas células que crescem nos pulmões, substituindo aquelas que foram danificadas.

Até 40% das células de indivíduos que tinham abandonado o cigarro se assemelhavam às das pessoas que nunca tinham fumado.
"O estudo se concentrou nas vias respiratórias principais — e não nos alvéolos, pequenas estruturas responsáveis pelo fluxo de ar nos pulmões. E os pesquisadores ainda precisam avaliar o quanto os pulmões são de fato recuperados."
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco em cerca de 85% dos casos diagnosticados. Estudos já mostraram anteriormente que as pessoas podem reduzir o risco de desenvolver a doença praticamente desde o primeiro momento após parar de fumar.

Resultado de imagem para tabagismo""É uma grande motivação a ideia de que as pessoas que param de fumar podem colher os benefícios duas vezes — prevenindo mais danos às células pulmonares relacionados ao tabaco e dando aos pulmões a chance de compensar alguns dos danos existentes a partir das células saudáveis", diz Rachel Orritt, da organização britânica Cancer Research UK.
Segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o tabaco é responsável por cerca de seis milhões de mortes em todo o mundo. No Brasil, estima-se que o tabagismo seja responsável por 200 mil óbitos ao ano. O tabagismo é, reconhecidamente, uma doença crônica — resultante da dependência à droga nicotina — e um fator de risco para cerca de 50 doenças, dentre elas, câncer, doença pulmonar obstrutiva crônica e doenças cardiovasculares.  Além de estar associado às doenças crônicas não transmissíveis, o tabagismo também é um fator de risco importante para o desenvolvimento de outras doenças, tais como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras doenças.


FONTE(S):  BBC Ciência (https://www.bbc.com/portuguese/geral-51309542); Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (http://www.iff.fiocruz.br/index.php/8-noticias/471-cigarro-maleficios); ANVISA (http://portal.anvisa.gov.br/danos-do-tabaco-a-saude); Imagens --> Internet (www.google.com.br/imghp?hl=en).

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Algumas informações sobre o coronavírus

Texto modificado de: James Gallagher
Da BBC

Resultado de imagem para coronavirusPara os médicos, lutar contra o novo coronavírus tem sido uma batalha contra o desconhecido. Só agora as respostas começam a surgir, a partir de relatos de médicos que estão lidando diretamente com a epidemia no hospital Jinyintan, em Wuhan — cidade chinesa que é o epicentro da epidemia.
Uma análise detalhada dos casos dos primeiros 99 pacientes a serem tratados lá foi publicada no periódico de medicina Lancet.

Todos os 99 pacientes levados ao hospital tiveram pneumonia — seus pulmões estavam inflamados e os minúsculos sacos onde o oxgiênio se transfere do ar para o sangue estavam se enchendo de água.

Outros sintomas eram:
Resultado de imagem para coronavirus brasil82 tinham febre
81 tinham tosse
31 sentiam falta de ar
11 tinham dores musculares
9 se sentiam confusos
8 sentiam dor de cabeça
5 tinham dor de garganta
Pelo menos 10% morrem
Até 25 de janeiro, dos 99 pacientes:
57 ainda estavam no hospital
31 haviam recebido alta
11 haviam morrido

Isso não significa que a taxa de mortandade da doença é 11%, porque alguns dos que estão no hospital ainda podem morrer, e muitos outros a adquirir a doença têm sintomas leves e não vão para o hospital.

O médico Li Zhang, que trabalha no hospital onde os pacientes estão sendo atendidos, diz que "a menor suscetibilidade de mulheres a infecções virais pode ser atribuída à proteção do cromossomo X e a hormônios sexuais, que desempenham um papel importante na imunidade".

A maioria dos 99 tinha outras doenças que podem tê-los deixado mais vulneráveis ao vírus como "resultado de funções imunológicas mais fracas desses pacientes".
40 tinham um coração fraco ou o sistema circulatório danificado por problemas cardíacos ou derrames
12 pacientes tinham diabetes

Texto modificado de: Amanda Rossi
Revista Piauí
Um vírus que se espalha rápido, pode ser transmitido sem que o doente apresente os sintomas e atingiu 25 países em apenas um mês. Com características assim, o coronavírus superou os nove mil casos, virou epidemia na China e obrigou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a decretar emergência global de saúde. A pedido da piauí, o epidemiologista Marc Lipsitch, diretor do Center for Communicable Disease Dynamics (CCDD), da Universidade de Harvard, analisou números que ajudam a entender o novo vírus. Segundo Lipsitch, uma pessoa infectada transmite o coronavírus para outras duas ou três pessoas, numa média estimada. No vocabulário científico, é o chamado número reprodutivo, recém-calculado entre 2,2 e 3,3, a depender da metodologia utilizada. Isso significa que é um vírus muito contagioso. 

Quatro vezes mais contagioso, porém, é o sarampo. Uma pessoa com sarampo pode transmitir a doença para outras treze pessoas, o que torna a vacina tão importante. “O sarampo é a doença infecciosa mais contagiosa que nós conhecemos – pelo menos, entre as doenças mais sérias. É claro que há muito mais chance de um brasileiro pegar sarampo nos próximos meses do que de pegar o coronavírus. Mas tanto o sarampo como o coronavírus representam problemas sérios [de saúde pública]. 

O coronavírus “pode estar prestes a se tornar uma epidemia global”, ou seja, uma pandemia, declararam os cientistas Gabriel Leung e Joseph Wu, da Universidade de Medicina de Hong Kong, em apresentação feita em 27 de janeiro. Lipsitch, que já colaborou com Leung em outros estudos epidemiológicos, não esconde a preocupação: “O cenário mais otimista é que, na China, a epidemia comece a ficar sobre controle e, nos outros países, a triagem [de passageiros vindos da China] seja efetiva o suficiente para limitar o número de transmissões internas. Como o que aconteceu com a SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), mas muito maior. É o melhor que podemos esperar, embora ainda seja algo terrível. Um cenário mais preocupante, mas plausível, é que a epidemia decole em outros países.” 

“A disseminação do vírus de pessoa para pessoa já está presente em todas as maiores cidades chinesas”, acreditam os cientistas. Mas, segundo Lipsitch, da Universidade de Harvard, ainda é difícil de dizer se o contágio será, em outros lugares, tão rápido e silencioso quanto tem sido na região de Wuhan. “As estimativas sobre a transmissão do novo coronavírus mudam enquanto nós estamos conversando. Não é possível dizer mais do que isso, porque o trabalho ainda está em movimento”, pondera. Se há algo otimista na nova epidemia de coronavírus, é a rápida movimentação de cientistas em diversas partes do mundo, colaborando entre si. “A ciência está se movendo muito rapidamente. Uma melhor compreensão dos dados está em fluxo”, afirma Lipsitch.

FONTE(S):  BBC Saúde (https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51314179); Revista Piauí (https://piaui.folha.uol.com.br/contagio-rapido-e-silencioso-matematica-do-coronavirus/); Imagens --> Internet (www.google.com.br/imghp?hl=en).