quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Relógio Biológico

Texto modificado de: Tua Saúde / Superinteressante / UOL Ciência e Saúde
Sugestão: Samuel Leão Lecci

Resultado de imagem para crianças e animais dormindo
O tempo que a gente passa dormindo é, de longe, o que mais consome minutos preciosos da nossa vida: são quase 24 anos de sono! Mais precisamente, um brasileiro médio passa 23 anos, 9 meses e 7 dias de sua vida dormindo. Isso levando em conta oito horas de sono diárias e a expectativa de vida no país, que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é hoje de 71,3 anos.

Resultado de imagem para relógio biologicoO termo “relógio biológico” é designado a qualquer comportamento fisiológico do organismo, seja dos vegetais ou dos animais, com atividade funcional correspondente a ciclos previsíveis.
Esse mecanismo interno do corpo humano determina o controle de vários aspectos, como a temperatura corporal e a liberação de hormônios ou de enzimas digestivas.
Em resposta harmônica ao meio ambiente, o organismo ajusta-se ao chamado ritmo circadiano. Com período de 24 horas condicionado pela luz solar (os dias e as noites), desencadeia reações metabólicas que nos sujeita às situações como: o momento que sentimos fome ou o horário que sentimos sono e até mesmo os períodos de maior disposição ou até de maior tristeza.

Atualmente, os neurologistas têm como certo que o relógio biológico, funciona com princípio a partir da percepção luminosa, captada por 20 mil neurônios, formando um núcleo supraquiasmático (aglomerado de neurônios concisos), localizados na região posterior aos olhos. 

Respeitar o ritmo circadiano* é essencial para a saúde, o bem-estar e o desempenho físico e mental. Para quem trabalha no período noturno ou atravessa vários fusos horários durante uma viagem de avião, está sujeito não só a desordens do comportamento regular do sono, mas também a disfunções neurológicas, cardiovasculares e endócrinas.

* ciclo circadiano (do latim circa cerca de + diem dia) designa o período de aproximadamente 24 horas sobre o qual se baseia o ciclo biológico de quase todos os seres vivos, sendo influenciado principalmente pela variação de luz, temperatura, marés e ventos entre o dia e a noite.
O ritmo circadiano regula todos os ritmos materiais bem como muitos dos ritmos psicológicos do corpo humano, com influência sobre, por exemplo, a digestão ou o estado de vigília e sono, a renovação das células e o controle da temperatura do organismo.
É muito importante dormir porque é durante o sono que o corpo recupera as energias, otimiza o metabolismo e regulariza a função de hormônios fundamentais para o funcionamento do corpo, como é o caso do hormônio do crescimento. 

Enquanto dormimos, ocorre a consolidação da memória, permitindo um melhor aprendizado e desempenho na escola e no trabalho. Além disso, é principalmente durante o sono que os tecidos do corpo são reparados, facilitando a cicatrização de feridas, a recuperação dos músculos e o fortalecimento do sistema imune. 


Imagem relacionadaDesta forma, uma boa noite de sono é recomendada para prevenir doenças graves, como ansiedade, depressão, Alzheimer e o envelhecimento precoce. No entanto, para conseguir um sono regular, é indicado adotar alguns hábitos como dormir sempre no mesmo horário, evitar deixar a TV ligada e manter um ambiente e escuro. 



Embora reconheçam que o sono é especialmente afetado pelo estilo de vida e a saúde de cada indivíduo, um painel de especialistas da National Sleep Foundation, confira as recomendações: 

Resultado de imagem para dormir bemRecém-nascidos (0-3 meses): o ideal é dormir entre 14 a 17 horas por dia, embora também seja aceitável um período entre 11 a 13 horas. Não é aconselhável dormir mais de 18 horas.
Bebês (4-11 meses): Recomenda-se que o sono dure entre 12 e 15 horas. Também é aceitável um período entre 11 e 13 horas, mas não mais do que 16 ou 18 horas.
Crianças pequenas (1-2): não é aconselhável dormir menos de 9 horas ou mais de 15 ou 16 hora. É recomendável que o descanso dure entre 11 e 14 horas.
Crianças em idade pré-escolar (3-5): 10-13 horas é o mais apropriado. Especialistas não recomendam dormir menos de 7 horas ou mais de 12 horas. 
Crianças em idade escolar (6-13): o aconselhável é dormir entre 9 e 11 horas. 
Adolescentes (14-17): Devem dormir em torno de 10 horas por dia. 
Adultos jovens (18-25): 7-9 horas por dia. Não devem dormir menos de 6 horas ou mais do que 10 ou 11 horas. 
Adultos (26-64): O ideal é dormir entre 7 e 9 horas, embora muitos não consigam. 
Idosos (65 anos ou mais): o mais saudável é dormir 7 a 8 horas por dia.
Essas horas de sono são necessárias para manter a saúde física e mental, sendo importante lembrar que pessoas que sofrem de insônia crônica têm maior risco de ter doenças ligadas ao mau funcionamento do cérebro, como demência e perda de memória.

Para dormir melhor, deve-se evitar tomar café e consumir produtos com cafeína após às 17h, como chá verde, refrigerantes de cola e chocolate, pois a cafeína impede que os sinalizadores do cansaço cheguem ao cérebro, indicando que é hora de dormir.
Além disso, deve-se ter uma rotina para deitar e levantar, respeitando os horários de trabalho e de descanso, e criar um ambiente calmo e escuro no momento de dormir, pois isso estimula a produção do hormônio melatonina, que é o responsável pela chegada do sono. Em alguns casos de distúrbios do sono, pode ser necessário tomar melatonina em cápsulas para ajudar a dormir melhor. 

O que acontece se não dormir bem?
A falta de descanso adequado, principalmente quando várias noites de sono são perdidas ou quando é rotina dormir pouco, causa problemas como:

-Diminuição da memória e do aprendizado;
-Alterações de humor;
-Risco de desenvolver doenças psiquiátricas, como depressão e ansiedade;
-Aumento da inflamações no corpo;
-Aumento do risco de acidentes, devido à diminuição da capacidade de reação rápida;
-Atraso o crescimento e desenvolvimento do corpo;
-Enfraquecimento do sistema imune.

Resultado de imagem para relógio biologico

FONTE(S): Tua Saúde (https://www.tuasaude.com/por-que-precisamos-dormir/); Super Interessante (https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quanto-tempo-na-vida-a-gente-passa-dormindo-e-fazendo-coco-e-tendo-orgasmo/); UOL Ciência e Saúde (https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/bbc/2015/02/11/confira-quantas-horas-voce-precisa-dormir-de-acordo-com-sua-idade.htm); Imagens --> Internet (www.google.com.br/imghp?hl=en).

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Games Violentos

Resultado de imagem para kids playing video gameTexto modificado de: Super Interessante ( Ana Carolina Leonardi)


Especialistas em desenvolvimento infantil discutem há anos o efeito de jogos violentos no comportamento das crianças. Mas o estudo mais recente feito com voluntários com uma média de 12 anos mostra que os jogos tem menos influência sobre as reações infantis do que se imaginava.

A nova pesquisa analisou o comportamento de 304 crianças britânicas. Os pesquisadores entrevistaram as crianças e os pais para entender o quanto elas estavam expostas a jogos violentos e como era seu comportamento com os amigos, na escola e na comunidade onde viviam.

Ao contrário da maioria dos estudos que estuda a relação entre videogames e agressividade, que geralmente estudam adolescentes de no mínimo 16 anos, a nova pesquisa deu destaque a crianças mais novas,  antes da fase da adolescência.

Resultado de imagem para kids playing video game memeOs cientistas não encontraram nenhuma ligação entre um aumento de comportamentos agressivos e o envolvimento com videogames, mesmo que violentos. As crianças jogadoras também não apresentavam uma frequência maior de atitudes antissociais e de bullying com os colegas. Pelo contrário, os pesquisadores encontraram uma relação entre jogar videogame e se envolver com mais frequência no que eles chamam de “atividades cívicas”, como o trabalho voluntário.

A correlação entre ser mais participativo na comunidade e jogar mais videogame era bastante leve, não dá para dizer que um fator causou o outro, nem que todo jogador vai gostar de ser voluntário ou vice e versa. Mas o resultado é mais um argumento contra a ideia de que as imagens violentas dos jogos influenciam negativamente a vida das crianças.

O estudo também considerou o quanto os pais interferiam no processo da escolha de jogos. E perceberam que a influência parental… não afetava a quantidade de jogos violentos que as crianças jogavam. Pode ser que elas sejam expostas a esse tipo de conteúdo fora de casa, com os amigos. 

Resultado de imagem para kids playing video game

Outra possível explicação é que, quando os pais conhecem os jogos de perto, eles mesmos acabam se acostumando com o ambiente do jogo e deixam de censurar as crianças. Seja como for, não adianta tentar controlá-los: os pequenos jogadores acabam encontrando um jeito de acessar os videogames de que gostam.


A última parte do estudo analisou os motivos para as crianças buscarem jogos violentos. A resposta encontrada pelos cientistas foi de que esses videogames são ferramentas úteis de redução de estresse e melhora de humor. Mesmo estudos que apontam os jogos como responsáveis por comportamento agressivos concordam que eles podem ter uma função educativa, ajudando a liberar a raiva e melhorar as habilidades de resolução de problemas.


FONTE(S):  Super Interessante (https://super.abril.com.br/comportamento/nao-games-violentos-nao-vao-tornar-seu-filho-agressivo/); Notícia Alternativa (https://noticiaalternativa.com.br/evolucao-humana-2/); Imagens --> Internet (www.google.com.br/imghp?hl=en).

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

A espécie humana...

Texto modificado de: Museu Virtual de Evolução Humana / IB-USP


Resultado de imagem para Sahelanthropus tchadensis
Podemos dizer que a história da linhagem que levou ao aparecimento da nossa espécie, remonta a aproximadamente 7-6 milhões de anos, no fim do período geológico conhecido como Miocêno. Data dessa época um fóssil encontrado no deserto do Chade, no continente africano, pertencente a uma espécie de primata cujas características anatômicas do crânio (com 350 cm3), como a posição do forame magnum*, indicam já possuir postura bípede, ou seja, essa espécie já era capaz de se locomover em terra sobre as duas pernas. O pesquisador responsável por essa descoberta em 2001, o paleontólogo M. Brunet, nomeou a espécie de Sahelantropus tchadensis.
*Em anatomia, foramen magnum ou forame magno é a grande abertura através do osso occipital localizada no centro da fossa posterior do neurocrânio.
Resultado de imagem para Ardipithecus

Um espécime datado aproximadamente entre 5.8 e 4.4 milhões de anos foi descoberto em Aramis na Etiópia, e foi classificado como Ardipithecus ramidus. Outra espécie do mesmo gênero foi encontrada em uma região próxima e recebeu o nome de Ardipithecus kadabba. Os fosseis de ambas as espécies incluem fragmentos de crânio, dentes e partes do esqueleto pós-craniano. Partes anatômicas, como o fêmur, a pélvis e os ossos do pé indicam a postura bípede dessas espécies. Paleoantropólogos sugerem que uma espécie do gênero Ardipithecus foi o ancestral dos Australopitecíneos.


Resultado de imagem para Australopithecus anamensis
O australopitecíneo mais antigo, datado por volta de 4 milhões de anos, é o Australopithecus anamensis. Os fósseis dessa espécie foram encontrados no Quênia e entre suas características anatômicas constam dentes caninos relativamente grandes. Os indivíduos chegavam a medir 1 metro de altura. As falanges curvas indicam que, embora bípede, esta espécie ainda mantinha hábitos arborícolas.


A espécie mais conhecida e estudada entre os australopitecíneos é o Australopithecus afarensis, descendente do Australopithecus anamensis. Os fósseis de indivíduos dessa espécie foram encontrados em regiões da Etiópia e da Tanzânia. As datações indicam que o A. afarensis viveu entre 3.9 e 2.9 milhões de anos. A anatomia do Australopithecus afarensis possui características que lembram a morfologia dos grandes símios, tais como a face projetada para frente e uma capacidade craniana que gira em torno de 430 cm3. Por outro lado, eles também apresentam traços morfológicos que se assemelham mais à anatomia humana que à dos símios, como por exemplo, caninos pequenos e uma arcada dentária parabólica. 

Os Australopitecíneos surgiram no fim do Plioceno e se extinguiram no Pleistoceno há 1 milhão de anos. Essas espécies sofreram um processo evolutivo que resultou na transição de um estilo de vida semi- arborícola para o bipedalismo estritamente terrestre. 

Hoje muito se especula sobre qual a espécie de autralopitecíneo teria dado origem ao gênero Homo. Suas características anatômicas se assemelhavam bastante com aquelas encontradas nas primeiras espécies do gênero Homo. Parecia estar mais adaptado à vida terrestre que os outros australopitecíneos. Possuia dentes pequenos, pernas longas e falanges curvas, características que apresentam uma combinação de traços encontrados nos australopitecíneos e nas espécies do gênero Homo.
Resultado de imagem para Homo habilis


A primeira espécie do gênero Homo a aparecer no registro fóssil foi o Homo habilis, cujo primeiro espécime foi descoberto por Louis Leakey. Supõe- se que o Homo habilis descendeu de alguma espécie de Australopitecus (a transição entre os dois gêneros ocorreu entre 3 e 2.5 milhões de anos). O uso mais intensivo de tecnologia só se deu com o H. habilis, sugerindo que, em relação aos australopitecíneos, houve um aumento na capacidade cognitiva, o que se comprova quando se observa que sua capacidade craniana era de 650 cm3.


Entre as características anatômicas do Homo habilis constam pernas curtas (media aproximadamente 1 metro), mostrando que eles ainda não tinham todas as adaptações da bipedia moderna. Entre os remanescentes fósseis foram encontrados dentes pequenos e crânios que mostram face bem menos projetada do que nos australopitecíneos. Esta espécie viveu entre 2.0 e 1.8 milhões de anos e fabricava ferramentas de pedras. 


Resultado de imagem para Homo heidelbergensisOutra espécie do gênero Homo que tem causado muita divergência quanto à sua classificação taxonômica é o Homo heidelbergensis. Estima- se que essa espécie tenha surgido no continente africano e depois ao migrar para a Europa tenha evoluído e dado origem aos Neandertais, sendo aceito que as populações que permaneceram na África deram origem ao Homo sapiens. As datações para o Homo heidelbergensis variam entre 600 - 400 mil anos atrás. Os fosseis de H. heidelbergensis apresentam um crânio bastante robusto, com torus supraorbital extremamente saliente. Os fósseis remanescentes dessa espécie foram encontrados em diversas regiões do Velho Mundo. O Homo heidelbergensis tem grande importância na história do gênero Homo, uma vez que deu origem a duas espécies, uma extinta e a outra vivente: os Neandertais e o Homo sapiens, nossa espécie.

Resultado de imagem para Homo neanderthalensis
Homo neandertalensis surgiu há aproximadamente 200 mil anos e ocupou extensas áreas dos continentes europeu e asiático, tendo sido encontrados fósseis e ferramentas de pedra remanescentes dessa espécie desde a Inglaterra a península Ibérica até em áreas mais remotas de Israel, Iraque, Uzbequistão e sul da Sibéria. As proporções robustas da anatomia dos Neandertais, que incluía pernas, braços e tronco muito atarracados, mostram que esta espécie era adaptada a climas frios.


Resultado de imagem para homo sapiens sapiensHá aproximadamente 200.000 anos, surgiu, na África, a nossa espécie, o Homo sapiens. Mais tarde, por volta de 50 mil anos migraram para outras partes do mundo, substituindo populações de humanos arcaicos locais como, por exemplo, os H. erectus, os H. heidelbergensis e os neandertais. Esse modelo é chamado de “out of Africa”, que se sustenta, entre outras evidências, por fósseis de Homo sapiens muito antigos encontrados no Vale do Rio Omo, na Etiópia. 

Esses fósseis datam de até 195 mil anos, possuindo capacidade craniana de 1.450 cm3 cúbicos. Análises de DNA extraídos de fósseis de Neandertais e de uma espécie denominada Denisovanos, mostram que houve hibridização entre populações de Homo sapiens que migraram para fora da África e essas espécies de humanos arcaicos. Os Homo sapiens estão associados a uma indústria de pedra lascada denominada Paleolítico Superior.

As datações mais antigas para o continente Europeu colocam a ocupação nessa região pelo Homo sapiens em torno dos 35.000 anos. O último continente que o Homo sapiens colonizou foi a América em datas relativamente mais recentes.
Muitas espécies de hominínios existiram, mas somente a nossa espécie, Homo sapiens, conquistou e se adaptou a todos os ambientes do planeta, desenvolvendo uma dieta flexível composta dos mais variados alimentos. Ainda mais importante, tudo indica que o Homo sapiens desenvolveu a fala tal qual a conhecemos hoje, passou a manipular símbolos e formas abstratas de pensamento, algo que nenhuma espécie animal, nem mesmo outros hominínios, foram capazes de fazer.

Antropólogos ponderando as causas do desenvolvimento tecnológico da humanidade especularam que o clima era uma causa provável. Por exemplo, se as florestas nas quais nossos ancestrais moravam fossem substituídas por savanas, nosso movimento gradual para fora das árvores faria sentido, auxiliando o desenvolvimento do bipedalismo, uma das características mais marcantes da humanidade. Essas ideias têm sido difíceis de testar, pois faltam muitas evidências do clima passado nos lugares mais relevantes.
Ironicamente, a lenta mudança climática natural da época contribuiu para dar aos seres humanos a capacidade de causar tamanha mudança climática no mundo de hoje.
FONTE(S):  Museu Virtual de Evolução Humana - Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos / IB-USP (http://http://www.ib.usp.br/biologia/evolucaohumana/proposta/sinopse-da-evolucao-humana.html); Notícia Alternativa (https://noticiaalternativa.com.br/evolucao-humana-2/); Imagens --> Internet (www.google.com.br/imghp?hl=en).