sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Dados sobre o Desmatamento da Amazônia

Texto modificado de: Herton Escobar - Do Jornal da USP

A destruição da floresta amazônica segue em ritmo acelerado no Brasil. Dados de monitoramento por satélite divulgados nesta sexta, dia 7, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que a taxa de desmatamento na Amazônia aumentou 34% nos últimos 12 meses, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

A comparação refere-se ao período de agosto de 2019 a julho de 2020, que é o calendário oficial de monitoramento da Amazônia, usado pelo Inpe para calcular as taxas anuais de desmatamento. Mais de 9,2 mil quilômetros quadrados de floresta foram derrubados nesses 12 meses (uma área equivalente a seis vezes o tamanho do município de São Paulo), comparado a 6,8 mil km2 no período de agosto de 2018 a julho de 2019, que já trouxe um aumento de 50% em relação ao ano anterior.

Os dados, do gráfico abaixo, são do programa Deter, um sistema rápido de monitoramento, baseado em imagens de satélite de média resolução, projetado para detectar desmatamentos “em tempo real” e alertar as autoridades sobre possíveis ilícitos ambientais em andamento. Apesar de não ser ideal para cálculos de área, ele serve como um ótimo “termômetro” da evolução do desmatamento no tempo e no espaço.

Estudos indicam também que o desmatamento ilegal está intimamente associado à especulação e grilagem de terras públicas na região. Além de ilegal, a destruição da maior floresta tropical do mundo configura um verdadeiro “crime de lesa-pátria”,  nas palavras do presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich. “Desmatar a Amazônia é perder riqueza”.

O desmatamento é a maior fonte de emissão de gases do efeito estufa no Brasil, que contribuem para o aquecimento global, e a preservação da floresta é absolutamente crucial para a manutenção dos processos biológicos e climáticos que levam chuva para as regiões Centro-Oeste e Sudeste, irrigando lavouras e abastecendo reservatórios essenciais para a segurança hídrica, energética e alimentar do País. 

A meta assumida pelo Brasil em 2016 perante a Convenção do Clima das Nações Unidas, no Acordo de Paris, é zerar o desmatamento ilegal no País até 2030. Internamente, o Plano Plurianual (PPA), aprovado pelo próprio governo federal em dezembro de 2019, tem como meta reduzir o desmatamento e as queimadas ilegais no País em 90% até 2023. 

O desmatamento já vinha numa crescente desde 2013 — após um longo período de 12 anos em queda —, mas nitidamente ganhou velocidade a partir de 2018. O aumento verificado neste ano (34%) pelo Deter é menor do que o registrado no ano passado (50%), porém os dados dos últimos dois anos são bem maiores do que a dos anos anteriores.

Grande parte desse desmatamento ocorreu ainda no segundo semestre de 2019, principalmente entre os meses de julho e setembro, mas a tendência de alta permaneceu ao longo de todo o primeiro semestre deste ano. Apenas em julho o desmatamento ficou abaixo da taxa do ano passado, numa comparação mês a mês: 1.650 km2 versus 2.250 km2, respectivamente.

“Há muito discurso, muita conversa, mas o fato é que não houve nenhuma ação contundente por parte do governo até agora para coibir o desmatamento”, diz o físico Ricardo Galvão, professor da USP e ex-diretor do Inpe (demitido em agosto de 2019, quando os dados do Deter começaram a mostrar o crescimento explosivo do desmatamento). Passado um ano de sua demissão, ele se diz satisfeito (e surpreso) com o fato de os dados de monitoramento continuarem a ser produzidos e divulgados sem interferência pelo quadro técnico do instituto, mas considera que “a situação ainda é muito preocupante”. 

Dentre todas as atividades que se vinculam ao desmatamento, “aquela motivada pela produção agropecuária é, provavelmente, a menos rentável, mais arriscada e mais desnecessária de todas”, diz o agrônomo Gerd Sparovek, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, e coordenador do Laboratório de Planejamento de Uso do Solo e Conservação (Geolab). “Temos áreas abertas suficientes para atender à demanda esperada de produtos agropecuários do Brasil pelos próximos 50 anos, pelo menos”, diz. “Podemos produzir o suficiente sem desmatamento adicional, mas isso não anula as outras causas do desmatamento, que são as causas que sustentam essa dinâmica e sua enorme resiliência.”

Leia a reportagem completa:

Jornal da USP (https://jornal.usp.br/ciencias/desmatamento-da-amazonia-dispara-de-novo-em-2020/).


Considerações:

O compromisso da utilização responsável dos recursos naturais, passa a ser a considerada a única solução para um futuro sustentável*, pois devemos consider que todos estes recursos são finitos. O respeito ao meio ambiente é um dever de todos, cabendo a nossos governantes fiscalizar as indústrias poluidoras, incentivar a reciclagem do lixo, impedindo que este seja lançado na natureza. 

*Constituição Federal Brasileira (1988). Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Infelizmente os ditos conhecedores e defensores da Constituição brasileira pregam e fazem o oposto do que juraram defender. 

Fonte: Relatório Imazon – Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD)

O Brasil é o único país no mundo a possuir em abundância os recursos naturais, que são insumos vitais para a sobrevivência e desenvolvimento das sociedades: a água, o minério, a energia, a biodiversidade, a madeira. Devemos estimular educação ambiental**, a reciclagem, a diminuição do desmatamento ilegal, o controle de emissão de poluentes, por isto é essencial que as questões ambientais sejam incorporadas de maneira conscientizadora em todas as atividades desenvolvidas em nome do "progresso".

**Constituição Federal Brasileira (1988). Art. 225.  § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:    VI -  promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;


FONTE(S): Constituição Federal Brasileira (Texto promulgado em 05/10/1988); Imagens --> Internet (www.google.com.br/imghp?hl=en).

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

A cor está nos olhos de quem vê...

Daltonismo, também conhecido como discromatopsia ou discromopsia, é uma perturbação da percepção visual caracterizada pela incapacidade de diferenciar todas ou algumas cores, manifestando-se muitas vezes pela dificuldade em distinguir o verde do vermelho. Esta perturbação tem normalmente origem genética, mas pode também resultar de lesão nos olhos, ou de lesão de origem neurológica. 

Um em cada dez homens e uma de cada 200 mulheres têm daltonismo. Isso quer dizer que eles veem o mundo que os rodeia de forma diferente das outras pessoas.

A causa mais comum do daltonismo é a falha no desenvolvimento de um ou mais dos três conjuntos de cones que reconhecem cores. Uma vez que esse problema está geneticamente ligado ao cromossomo X, ele ocorre com maior frequência entre os homens, que possuem apenas um desses cromossomos. Como as mulheres têm dois cromossomos X, existe a possibilidade da anomalia em um deles ser compensada pelo outro, o que explica a baixa incidência desse distúrbio no sexo feminino. O daltonismo também pode ocorrer por dano físico ou químico ao olho, ao nervo óptico ou partes do cérebro. O diagnóstico é geralmente confirmado pelo teste de cores de Ishihara, mas existem outros métodos também utilizados para este fim.

Não há cura para o daltonismo. O diagnóstico precoce pode permitir a aplicação de métodos educacionais específicos para proporcionar à criança uma melhor adaptação à capacidade diminuída de reconhecimento de cor. O uso de lentes especiais auxilia os portadores de dicromacia a perceber com maior precisão as cores vermelha e verde. Estas lentes, entretanto, só podem ser usadas ao ar livre sob condições de luz intensa. Atualmente existem aplicativos para smartphones desenvolvidos especialmente para auxiliar indivíduos daltônicos a identificar cores.

Saiba mais assistindo o vídeo:


Um dos métodos de diagnóstico são as figuras do teste de Ishihara, sendo o método mais utilizado para diagnosticar. Na imagem abaixo pessoas com discromatopsia ou discromopsia não verão os números de forma parcial ou total, porém os que não possuem a condição deverão enxergar os números nitidamente.

Folhas e resultados on-line do teste de Ishihara / Testes ...



FONTE(S):   BBC News Brasil (https://www.bbc.com/portuguese/geral-53728593); Ishihara, S. (1960). Tests for colour-blindness. Kanehara Shuppan Company; Roorda, A.; Williams, D.R. (1999). «The arrangement of the three cone classes in the living human eye». Nature (397): 520-522. ISSN 1476-4687; Imagens --> Internet (www.google.com.br/imghp?hl=en).


quarta-feira, 8 de julho de 2020

Algumas curiosidades sobre o nosso Café de cada dia

Sugestão da matéria: Prof. Me. Matheus Silveira Lecci

Cafe Arábica e Café Robusta - Qual a diferença? - Coffee Lover
O café é uma bebida produzida a partir dos grãos torrados do fruto do cafeeiro, as espécies mais utilizadas comercialmente são a Coffea arabica (ou ´café arábica´, a mais popular e mais produzida no mundo) e Coffea canephora (ou ´café robusta´) . É servido tradicionalmente quente, mas também pode ser consumido gelado.


IMPA - Uma pitada de sistema dinâmico para a melhor xícara de café
O café é um estimulante, por possuir cafeína,  geralmente 80 a 140 mg para cada 207 ml dependendo do método de preparação. Estudos têm mostrado que pessoas que bebem quatro xícaras de café por dia têm um menor risco de morrer de um ataque cardíaco.




Alguns benefícios a saúde. 

- Além de ajudar a manter o organismo desperto, o café pode melhorar o desempenho cognitivo, essa atuação melhora temporariamente o humor, o tempo de reação, a memória, o estado de vigília e a função cerebral geral.

- Por ser estimulante, ela acelera o metabolismo e aumenta a oxidação de ácidos graxos (são ácidos obtidos a partir de óleos e gorduras). 

- Além de melhorar o desempenho cognitivo, o café ajuda a proteger o cérebro da degeneração neuronal. A doença de Alzheimer, que é o distúrbio neurodegenerativo mais comum no mundo e uma das principais causas de demência, tem um risco de 32% a 60% menor de aparecer em bebedores de café.

- O fígado é um órgão essencial para o organismo. Mas ele é muito vulnerável ao consumo de álcool e frutose (um tipo de açúcar) em excesso. O consumo de bebidas alcoólicas em excesso e a hepatite podem levar ao desenvolvimento de cirrose. O café, por outro lado, diminui o risco de desenvolvimento dessa doença em até 80%.

- É carregado de nutrientes e antioxidantes, muitos dos nutrientes presentes nos grãos de café chegam à bebida final, de modo que uma xícara da bebida contém:
6% da IDR (Ingestão Diária Recomendada) de ácido pantotênico (vitamina B5);
11% da IDR de riboflavina (vitamina B2);
2% da IDR de niacina (B3) e tiamina (B1);
3% da IDR de potássio e manganês.

Curiosidade por trás do café mais caro do mundo
O café mais caro do mundo é conhecido como Kopi Luwak (na tradução da linguagem Indonésia, 'Café de Civeta') e é produzido com os grãos defecados e semi-digeridos por um pequeno mamífero chamado de Civeta-de-Palmeira-Asiática (Paradoxurus hermaphroditus). Isto mesmo, é um café feito com grãos provenientes das fezes desses animais.


O Kopi Luwak possui um sabor único devido à ação de enzimas e sucos digestivos no sistema digestivo das civetas (em um processo de fermentação que dura cerca de 12 horas), e pelo fato desses animais selecionarem melhor os grãos maduros antes de comê-los e acrescentarem substâncias de odor das suas glândulas anais nas sementes sendo excretadas, aumentando ainda mais a qualidade do produto final. Assim, o processo todo garante uma fermentação natural que rende uma bebida com notas de frutas vermelhas, zero de acidez e pouco amargor.

Em restaurantes, o preço da xícara deste café pode chegar a custar cerca de  US$ 95 dólares (aproximadamente R$ 509,20). O quilo dos grãos ultrapassa facilmente os 400 dólares, sendo comumente vendido a US$ 1300 e, em alguns casos, alcançar preços na faixa dos US$ 3000 (cerca de R$ 16.080,00).

Porém, existe um grave problema ambiental que envolve esse café. Os produtores, em geral, gostam de afirmar que coletam os grãos de café excretados por esses animais como um artigo silvestre, ou seja, a partir de excrementos de animais livres na natureza. Mas diversas reportagens e investigações começaram a denunciar uma verdadeira rede de crueldade nos últimos anos. Os animais são tratados como verdadeiras "máquinas de café", perdendo totalmente sua liberdade e complexa interação ecológica presente no seu habitat natural. Assim, os grãos são produzidos em grande quantidade e, ao mesmo tempo, podem ser vendidos como raros artigos silvestres, mantendo os preços nas alturas.

Qual seria a dose diária recomendada?
Beber café estimula a honestidade, aponta estudoQuem ama café tem que ficar atento nas doses diárias para não comprometer a saúde. É consenso entre os especialistas e pesquisadores de que a quantidade máxima recomendada por dia de café é de 400 mg de cafeína, equivalentes a três ou quatro xícaras médias de café coado. Consumindo nessa quantidade, você potencializa os efeitos positivos do café.

O consumo de café em excesso, principalmente de estômago vazio, pode ser prejudicial. Além disso, tenha em mente que boa parte dos estudos acima mencionados são de natureza observacional. Tais estudos só podem mostrar associação, mas não podem provar que o café causou os benefícios.

Se você quiser garantir os possíveis benefícios do café para a saúde, evite adicionar açúcar ou adoçante. E se beber café tende a afetar seu sono, não beba depois das duas da tarde, se o café te deixa ansioso, evite-o ou tente misturar cacau.

Contra indicação
Algumas pessoas podem não receber os benefícios do café e ter a saúde comprometida ao consumir a bebida. No caso das mulheres grávidas, a cafeína pode interferir em uma substância chamada adenosina, que é importante para formação do bebê, por isso deve ser evitada por gestantes. Quem tem gastrite também deve evitar consumir a bebida, pois a cafeína estimula a secreção gástrica e causa desconforto no estômago.


FONTE(S): ECYCLE (https://www.ecycle.com.br/6899-beneficios-do-cafe.html); Viva Bem (https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/09/20/beneficios-do-cafe-para-a-saude-veja-como-e-quanto-consumir.htm); Saber Atualizado (https://www.saberatualizado.com.br/2017/04/o-cafe-mais-caro-do-mundo-e-o-terror.html?m=1); Imagens --> Internet (www.google.com.br/imghp?hl=en).

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Um pouco mais sobre os humanos...

Texto modificado de: Scientific American Brasil
Alimentos e evolução humana

A alimentação foi a força básica para sofisticação física e social para o Homo sapiens, Humanos, estranhos primatas. Andamos sobre duas pernas, possuímos cérebros enormes e colonizamos cada canto da Terra. Estudos indicam a evolução humana, o resultado da seleção natural,  atuou para maximizar a qualidade dietética e a eficiência na obtenção de alimentos. Mudanças na oferta de alimentos parecem ter influenciado fortemente nossos ancestrais hominídeos, assim, em um sentido evolutivo também "somos o que comemos".

Evolution and Human DietInvestigações relevantes começaram a ganhar espaço a partir de 1985, quando S. Boyd Eaton e Melvin J. Konner, da Emory University, no artigo publicado pela New England Journal of Medicine intitulado “Nutrição Paleolítica”. Eles argumentam que a prevalência de muitas doenças crônicas nas sociedades modernas – entre elas obesidade, hipertensão, doenças coronarianas e diabetes – seriam o resultado de uma incompatibilidade entre padrões dietéticos modernos e o tipo de dieta que nossa espécie desenvolveu para se alimentar como caçadores-coletores pré-históricos.



O que são alimentos saudáveis? Exemplos de alimentos saudáveisSabemos, agora, que os humanos evoluíram não para subsistirem com uma dieta paleolítica única, mas para desfrutarem de um padrão alimentar diversificado. Para se compreender o papel da alimentação na evolução humana, devemos nos lembrar de que a procura pelo alimento, seu consumo e, finalmente, como ele é usado para processos biológicos são, todos, aspectos críticos da ecologia de um organismo. A energia dinâmica entre organismos e seus ambientes, ou seja, a energia despendida comparada à energia adquirida, tem conseqüências adaptativas importantes para a sobrevivência e reprodução. Esses dois componentes da aptidão darwiniana refletem-se na forma como estimamos o estoque de energia de um animal. A energia de manutenção é o que mantém um animal vivo. A energia produtiva está associada à concepção e manutenção da prole para a próxima geração. Para mamíferos, isso deve cobrir as demandas das mães durante a gravidez e lactação.

O tipo de ambiente que uma criatura ocupa irá influenciar a distribuição de energia entre esses componentes, em que condições mais duras representam, obviamente, maiores dificuldades. No entanto, o objetivo de todos os organismos é o mesmo: assegurar a reprodução, visando garantir, a longo prazo, o sucesso das espécies. Portanto, ao observarmos a forma como os animais se deslocam para obter a energia alimentar, podemos compreender melhor como a seleção natural produz a mudança evolutiva.

Lucy, a famosa australopithecus, provavelmente morreu em queda ...Sem exceção, os primatas não-humanos deslocam-se habitualmente sobre os quatro membros quando estão no chão. Os cientistas geralmente assumem que o último ancestral comum dos humanos e dos chimpanzés (nosso parente vivo mais próximo) também era um quadrúpede. Desconhecemos quando, exatamente, o último ancestral comum viveu. Mas indicações claras de bipedalismo – a característica que distinguiu os antigos humanos dos outros macacos – são evidentes nas espécies mais antigas conhecidas do Australopithecus, que viveu na África por volta de 4 milhões de anos atrás. Idéias sobre a evolução do bipedalismo são comuns na literatura paleoantropológica.

C. Owen Lovejoy, da Kent State University, propôs, em 1981, que a locomoção sobre as duas pernas liberou os braços para carregar crianças e objetos. Recentemente, Kevin D. Hunt, da Indiana University, sugeriu que o bipedalismo emergiu como uma postura de alimentação, por ter permitido o acesso a alimentos que antes estavam fora de alcance. Peter Wheeler, da John Moores University, Liver- pool, acrescentou que, ao se erguerem, os antigos humanos puderam regular melhor a temperatura corporal, expondo menos o corpo ao calor abrasador africano. 

A evolução maior dos primeiros hominídeos ocorreu em pastos e espaços de terra mais abertos, onde a sustentação é mais difícil. Sem dúvida, os caçadores-coletores humanos modernos que vivem nesses ambientes, e que nos oferecem o melhor modelo disponível dos padrões de subsistência dos humanos primitivos, freqüentemente se deslocam 12 km por dia em busca de alimentos.

The evolution of human brainO bipedalismo, nesse contexto, pode ser visto como uma das primeiras estratégias na evolução nutricional humana, um padrão de movimento que teria reduzido substancialmente o número de calorias despendidas na coleta de alimentos.O que é extraordinário em nosso cérebro grande, sob uma perspectiva nutricional, é o quanto de energia ele consome- aproximadamente 16 vezes mais que um tecido muscular por unidade de peso. Porém, apesar de os humanos apresentarem, quanto ao peso corporal, cérebros maiores que os dos outros primatas (três vezes maior que o esperado), as necessidades totais de energia em repouso do corpo humano não são maiores que a de qualquer outro mamífero do mesmo porte. 

Usamos uma grande parte de nossa quota diária de energia para alimentar nossos cérebros vorazes. Na verdade, o metabolismo de um cérebro em repouso ultrapassa de, 20 a 25%, as necessidades de energia de um humano adulto – bem mais que os 8 a 10% observados em primatas não – humanos, e que os 3 a 5% em outros mamíferos.

O bipedalismo permitiu aos hominídeos resfriar o sangue cranial e, conseqüentemente, liberar o cérebro sensível do calor de temperaturas agressivas que haviam colocado em cheque o seu tamanho. Suspeito que vários fatores estiveram em jogo, mas a expansão do cérebro quase que certamente não teria ocorrido se os hominídeos não tivessem adotado uma dieta suficientemente rica em calorias e nutrientes, para suportar os custos associados.

Estudos comparativos em animais vivos sustentam essa afirmação. Além de todos os primatas, espécies com cérebros maiores ingerem alimentos mais ricos; os humanos são um exemplo extremo dessa correlação, ostentando o maior tamanho relativo de cérebro e a dieta mais variada.

Pin su history generalQuanto ao que empurrou o Homo para uma qualidade dietética maior, necessária para o crescimento cerebral, a mudança ambiental parece ter sido, mais uma vez, o ponto de mutação evolucionário. A crescente aridez da paisagem africana limitou a quantidade e variedade de alimentos vegetais comestíveis, disponíveis aos hominídeos. Aqueles na mesma linha que deu origem aos robustos Australopithecus enfrentaram morfologicamente esse problema, desenvolvendo especificidades anatômicas que permitiram a subsistência com alimentos de mastigação mais difícil, porém com maior disponibilidade. O gênero Homo percorreu outro caminho. A disseminação de pastos também resultou em um aumento na abundância relativa de mamíferos de pasto, como o antílope e a gazela, criando oportunidades para os hominídeos capazes de explorá-los.

Homo erectus | Wiki pre-historia | FandomO Homo erectus o fez, desenvolvendo a primeira economia caça e coleta, em que animais de caça eram uma parte significativa da dieta e os recursos eram compartilhados entre os membros dos grupos de suprimento. Sinais dessa revolução comportamental são visíveis nos registros arqueológicos, que apontam um aumento de carcaças de animais em sítios de hominídeos durante esse período, junto com evidências de que as presas eram abatidas com utilização de utensílios de pedra. Essas mudanças na dieta e comportamento de coleta não tornaram nossos ancestrais exclusivamente carnívoros. Mas, a adição de pequenas porções de comida animal ao cardápio, combinada com a divisão dos recursos que é peculiar aos grupos de caça e coleta, teria significantemente aumentado a qualidade e estabilidade das dietas dos hominídeos. Uma melhor qualidade dietética, por si só, não explica por que os cérebros dos hominídeos cresceram, mas parece ter desempenhado um papel crítico na eclosão daquela mudança. Após um grande estímulo inicial no crescimento do cérebro, a dieta e a expansão desse órgão provavelmente interagiram em sinergia; cérebros maiores produziram comportamento social mais complexo, o que conduziu a outras estratégias em táticas de suprimento e a uma melhor alimentação que, por sua vez, fomentou a evolução adicional do cérebro.

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Assim como as pressões para melhorar a qualidade alimentar influenciaram a evolução dos primeiros humanos, também esses fatores desempenharam um papel crucial nas expansões mais recentes do tamanho populacional. Inovações como cozimento, agricultura e mesmo aspectos da tecnologia alimentar moderna podem, todos, ser considerados táticas para elevar a qualidade da dieta humana. Cozinhar, por um lado, aumenta a energia disponível em alimentos vegetais selvagens. Com o advento da agricultura, os humanos começaram a manipular espécies de plantas marginais, visando maior produtividade, digestibilidade e conteúdo nutricional – tornando as plantas essencialmente mais próximas dos alimentos animais. Esse tipo de improviso continua hoje, com a manipulação genética de espécies para a produção de “melhores” frutas, vegetais e grãos. Da mesma forma, o desenvolvimento de suplementos nutricionais, que substituem refeições, é uma continuação da tendência iniciada por nossos ancestrais: obter o máximo de retorno nutricional, no menor volume e com o mínimo esforço físico. A estratégia evidentemente funcionou: os humanos estão aqui hoje e em números recordes, 7.7 bilhões.

Evolution of Man by ben - Meme CenterEstamos encarando o problema oposto no mundo industrial: os registros de obesidade na infância e na vida adulta estão crescendo, porque nosso desejo por alimentos ricos em energia – notadamente aqueles que incluem gordura e açúcar – tornaram-se muito disponíveis e relativamente baratos. Conforme estimativas recentes, mais da metade dos adultos norte-americanos estão acima do peso. A obesidade também apareceu em algumas regiões em desenvolvimento. 

100 Unhealthiest Foods On the Planet | Eat This Not ThatNão foram somente as mudanças na dieta que difundiram muitos dos nossos problemas de saúde, mas a interação entre trocas alimentares e mudanças no estilo de vida. Os problemas de saúde modernos são, com freqüência, retratados como o resultado da ingestão de alimentos “ruins”, que são desvios da dieta humana natural – uma super simplificação incorporada pelo debate atual sobre os méritos relativos de uma dieta superprotéica e rica em gorduras ou uma alternativa pobre em gorduras, que enfatiza carboidratos complexos.

Período da menopausa: a importância da dieta - Melhor com SaúdeEssa é uma visão fundamentalmente equivocada de se enfocar as necessidades nutricionais humanas. A nossa espécie não está apta a subsistir com uma dieta única e ideal. O que é singular nos seres humanos é a extraordinária variedade do que comemos. Fomos capazes de prosperar em quase todos os ecossistemas sobre a Terra, consumindo desde alimentos de origem animal, entre as populações do Ártico, até, basicamente, tubérculos e cereais, entre as populações dos Andes. Sem dúvida, um marco da evolução humana tem sido a diversidade de estratégias que desenvolvemos para criar dietas adequadas às nossas necessidades, e a sempre crescente eficiência com que extraímos energia e nutrientes do ambiente. 

A National Academy of Science Institute of Medicin estabeleceu faixas maiores para a quantidade de carboidratos, gorduras e proteínas condizentes com uma dieta saudável – reconhecendo que existem várias formas de suprir as necessidades nutricionais, como dobrou a quantidade recomendada de atividade física moderadamente intensa para uma hora por dia. Ao seguir essas informações e balanceando o que comemos com exercícios, podemos viver não só de uma forma parecida com as outras sociedades tradicionais, como também com os nossos ancestrais hominídeos. 

As características que mais distinguem os humanos de outros primatas são, certamente, os resultados da seleção natural, agindo no melhoramento da qualidade da alimentação humana, e a eficiência com que nossos ancestrais obtiveram os alimentos. Alguns cientistas sugeriram que muitos dos problemas de saúde enfrentados pelas sociedades modernas seriam conseqüências de uma discrepância entre o que ingerimos e o que nossos antepassados comeram.
Phylogenetic tree eukaryotes, cordota, social animals - Google ...

FONTE(S): Scientific American Brasil (https://sciam.uol.com.br/alimentos-e-evolucao-humana/); Imagens --> Internet (www.google.com.br/imghp?hl=en).

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Sars-Cov-2 circulava em nosso país antes do primeiro diagnóstico oficial

Texto modificado de: Vinicius Lemos
Da BBC News Brasil em São Paulo

Vacina para novo coronavírus pode sair mais rápido que outras ...O novo coronavírus circula no Brasil antes do primeiro diagnóstico oficial, a afirmação consta em análises feitas pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e é reforçada por descobertas recentes feitas no Brasil e no mundo em relação ao Sars-Cov-2, nome oficial do vírus.

O primeiro diagnóstico oficial do novo coronavírus no país foi em 26 de fevereiro. O paciente, um empresário de 61 anos, havia retornado recentemente da Itália, que começava a enfrentar uma explosão de casos de covid-19.

Era período pós-Carnaval quando o primeiro caso foi confirmado. A partir de então, o Brasil entrou na rota do novo coronavírus, que já circulava em diversos países. Na época, o país com mais casos no mundo era a China, onde foram feitos os primeiros registros.
Análises feitas por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostram que havia casos do novo coronavírus no Brasil antes de fevereiro. Esses levantamentos apontam que na quarta semana epidemiológica, entre 19 e 25 de janeiro, havia ao menos um caso de Sars-Cov-2 no país.

Já a transmissão comunitária — quando não é possível identificar a origem da infecção —, confirmada oficialmente em 13 de março, teria começado no Brasil na primeira semana de fevereiro, segundo estudos feitos no IOC/Fiocruz.

Esses levantamentos trazem informações importantes sobre a trajetória do novo coronavírus no Brasil. Com base nesses dados, é possível compreender que o vírus já circulava pelo país antes do Carnaval, período em que há muitas aglomerações e pode ter facilitado ainda mais a propagação do Sars-Cov-2. Além disso, mostram que houve mortes por covid-19 antes do primeiro óbito confirmado no país, em 17 de março. Essas apurações feitas por pesquisadores tiveram como base registros sobre Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no país.
Em anos anteriores, o Infogripe, sistema da Fiocruz, registrou uma média de 250 casos em fevereiro. Porém neste ano, no mesmo período, os registros de SRAG tiveram aumento histórico em todo o Brasil, principalmente em meados de fevereiro. Apenas na semana de 23 a 29 do mês, 662 pessoas foram internadas no país com sintomas como febre, tosse, dor de garganta e dificuldade respiratória. As notificações são referentes a hospitais públicos e privados.
Os indícios apontam que desde o início de fevereiro há transmissão comunitária do novo coronavírus no país. A SRAG, hoje altamente associada à covid-19, também pode ser causada por outros vírus como influenza, adenovírus ou os coronavírus sazonais que já circulavam anteriormente. No entanto, especialistas apontam que não há nenhum indicativo de que os vírus conhecidos em anos anteriores circularam mais intensamente, entre janeiro e fevereiro, neste ano.

Para chegar a um levantamento sobre o início da transmissão comunitária no Brasil, os pesquisadores analisaram o crescimento exponencial de números de mortes por SRAG. O dado é considerado pelos especialistas como a informação mais confiável sobre o progresso da epidemia, em razão dos poucos testes feitos inicialmente e do grande número de pacientes assintomáticos — entre os mais jovens, a ausência de sintomas pode ser comum em 70% deles.

Assim, consideraram que o tempo médio entre a infecção e o óbito por covid-19 é de, aproximadamente, três semanas. Os estudiosos consideraram também que a taxa de mortalidade da doença é de, aproximadamente, 1%. Desta forma, aplicaram um método estatístico para avaliar o início da pandemia, a partir do número acumulado de mortes. Esse levantamento apontou que a transmissão comunitária no Brasil, assim como em outros países, começou semanas antes do primeiro diagnóstico oficial.

A circulação do Sars-Cov-2 teve início antes de orientações como a restrição de viagens aéreas e o distanciamento social, segundo o estudo liderado pelo IOC/Fiocruz. No Brasil, por exemplo, essas medidas mais duras, para evitar a propagação do vírus, foram adotadas somente após a confirmação da transmissão comunitária em diferentes Estados.

Pesquisadores que participaram do estudo ressaltam que o "período bastante longo de transmissão comunitária oculta" reforça a dimensão do desafio de rastrear a disseminação do novo coronavírus. Em razão disso, apontam que seria fundamental que medidas de controle fossem tomadas desde os primeiros diagnósticos de casos importados.
gráfico com número de casos no brasil, na itália, na china e nos eua


Descobrir os primeiros casos no Brasil é considerado importante para que seja possível avaliar a real trajetória do vírus no país, analisar casos de subnotificações e estudar as características do Sars-Cov-2 por aqui. Isso pode servir para auxiliar as ações de combate e disseminação do vírus pelas autoridades públicas.


FONTE(S):   BBC News Brasil (https://www.bbc.com/portuguese/brasil-52742802); Imagens --> Internet (www.google.com.br/imghp?hl=en).


sexta-feira, 3 de abril de 2020

O homem faz parte da natureza....

Homo sapiens,  termo que deriva do latim "homem sábio", proposto por Linnaeus em 1758, ser humano, ser pessoa, gente ou homem, é a única espécie animal de primata bípede do gênero Homo ainda viva.

O Homo sapiens surgiu na África Oriental por volta de 300 mil anos atrás, depois se espalhou para o leste do Mediterrâneo em torno de 100 mil a 60 mil anos atrás e pode ter chegado na China há 80 mil anos e as Américas entre 15-10 mi anos, atualmente os seres humanos estão distribuídos em todo o Planeta Terra. 

Vozpópuli - Las grandes migraciones de la historia en mapas | Map ...

O ser humano.... infelizmente sempre sofre uma espécie de “Síndrome de Narciso”, com senso inflado de sua própria importância (e falta de empatia pelos outros seres vivos) o levou a construir mitos de si mesmo, como o de considerar-se feito à “imagem e semelhança de Deus”. É como se toda a evolução biológica que o precedeu fosse uma espécie de ensaio da natureza para atingir o ápice da perfeição: o surgimento do Homo sapiens. E com a construção das cidades, os grandes centros, a indústria, as máquinas, a tecnologia de ir a lua, com todo esse "progresso" homem se afastou e se afasta a cada dia que passa da natureza que o criou.  

Um levantamento da Escola de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, revela que morar perto de bosques, parques, jardins, ter contato com a natureza está associado a uma maior longevidade e a um menor risco de enfrentar doenças renais e respiratórias e padecer com a depressão.

Para chegar a tal conclusão, Peter James e seu time de pesquisadores analisaram o prontuário médico de 108 630 americanas entre os anos 2000 e 2008. Em seguida, compararam o índice de mortalidade entre elas com o nível de vegetação ao redor de suas casas, em um raio de 250 m². Descobriram, assim, que as mulheres que moravam perto de áreas verdes exibiam uma taxa de mortalidade 12% menor.

Ao investigar a causa mortis, constataram que as habitantes de locais mais próximos da natureza tinham 41% menos chances de morrer por problemas nos rins, 34% por males respiratórios e 13% por alguns tipos de câncer – convém mencionar que a exposição às plantas não afetou, para o bem ou para o mal, o número de óbitos por doenças cardiovasculares e AVC.
James conta que ainda estão apurando as razões dessa proteção natural, mas já arrisca uma hipótese: “A natureza estimula a prática de atividade física, reduz a exposição a poluentes, aumenta o engajamento social e melhora a saúde mental”.
O convívio com a natureza traz benefícios mesmo quando ela não é de verdade. Em um experimento da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, os especialistas convidaram pacientes internados a um passeio virtual. Eles tinham apenas de botar óculos 3D e curtir, no ambiente digital, uma viagem de bicicleta pela costa da ilha britânica. Com a tecnologia, ouviam o mar, o vento e os pássaros sem sair da cama do hospital.
“Enquanto uns relataram uma incrível sensação de bem-estar, outros disseram que passaram a dormir mais e melhor”, conta o engenheiro eletrônico Robert Stone, líder do estudo. “É evidente que a natureza virtual não substitui a real, mas expor pacientes com dificuldade de locomoção ou portadores de estresse pós-traumático a cenas com esse conteúdo, em vez de imagens estáticas ou em vídeo, pode acelerar a recuperação deles”, acredita Stone.
“Não basta criar uma sociedade mais saudável e feliz, é preciso ajudar na preservação do meio ambiente. Por isso prescrevo vitamina N para os meus pacientes. A gente só cuida daquilo que ama e quero que eles sejam os ambientalistas do futuro”, explica.
O compromisso da utilização responsável dos meios naturais, passa a ser a considerada a única solução para a salvação da todas as espécies, inclusive a nossa. O respeito ao meio ambiente é um dever de todos, cabendo a nossos governantes fiscalizar as indústrias poluidoras, incentivar a reciclagem do lixo, impedindo que este seja lançado na natureza e, cuidando para que o esgoto não fique a céu aberto ou indo parar em riachos e rios, comprometendo a saúde dos homens e outros seres vivos. Vale a pena lembrar que necessitamos dos mesmos recursos para sobreviver que os demais organismos vivos aqui em nosso planeta. 

O Brasil é o único país no mundo a possuir em abundância as `Sete Matrizes Ambientais`, os insumos vitais para a sobrevivência e desenvolvimento das sociedades: a água, o minério, a energia, a biodiversidade, a madeira. Devemos estimular a reciclagem e o controle de emissão de poluentes, por isto é essencial que as questões ambientais sejam incorporadas de maneira conscientizadora em todas as atividades desenvolvidas em nome do "progresso".

Finalizo com vídeo do biólogo Paulo Miranda Nascimento (https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/14818/paulo-miranda-nascimento/) sobre mudanças climáticas e preservação ambiental, o material foi publicado em outubro de 2018, porém as informações e a discussão se enquadram nos dias atuais. 

 


Referências bibliográficas:
Bamshad M, Wooding SP (2003) Signatures of natural selection in the human genome. Nature Rev. Genet. 4, 99-111
Futuyma, D. J. - Biologia Evolutiva.
Wrangham, R. W., J. H. Jones, G. Laden, D. Pilbeam and N. L. Conklin-Brittain. 1999. The raw and the stolen: Cooking and the Ecology of Human Origins. Current Anthropology 40:567-594.
Rosenberg, N. A. et al. 2002. Genetic structure of human populations Science 298: 2381-2385.
FONTES, textos modificados de: https://ecoviagem.com.br/fique-por-dentro/artigos/meio-ambiente/a-evolucao-do-relacionamento-entre-os-homens-e-os-animais-1253.asp; https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/a-importancia-do-contato-com-a-natureza-para-a-saude/; Imagens --> Internet (www.google.com.br/imghp?hl=en).

terça-feira, 24 de março de 2020

Compreendendo o sistema Imunológico

Resultado de imagem para sistema imuneO sistema imunológico ou ainda sistema imune é um sistema de estruturas e processos biológicos que protegem o nosso organismo contra doenças. De modo a funcionar corretamente, o sistema imunitário deve detectar uma imensa variedade de agentes, desde os vírus aos parasitas, e distingui-los do tecido saudável do próprio corpo.
Imunidade é o nome que damos à capacidade do organismo de se defender de invasores, no caso vírus, bactérias ou fungos que possam causar doenças. Quando ela está baixa, ficamos muito mais propensos a ter pequenas e grandes infecções e quadros como gripes.
Resultado de imagem para células sistema imuneFormado por uma série das células de defesa e reações químicas, o sistema imune têm como objetivo lutar contra os agressores e proteger nosso corpo de infecções. Através da imunidade adquirida, o organismo cria memória imunológica na sequência de uma resposta inicial a um agente específico, o que lhe permite responder de forma mais eficaz a novos ataques pelo mesmo agente. O processo de imunidade adquirida é a base da vacinação.


Além dos nossos glóbulos brancos, este complexo sistema é composto por vários nutrientes como vitaminas, minerais e outras substâncias que auxiliam na manutenção do sistema. Os glóbulos brancos, também conhecidos como leucócitos, são um grupo de células diferenciadas a partir de células-tronco, oriundas da medula óssea e presentes no sangue, linfa, órgãos linfoides e vários tecidos conjuntivos. Os leucócitos são células nucleadas, o que os diferencia dos glóbulos vermelhos (hemácia ou eritrócito) e plaquetas (trombócitos), que também são diferenciados a partir das células tronco já citadas e, junto com os leucócitos, integram os chamados elementos figurados do sangue. Um adulto normal possui entre 3.800 e 9.800 mil leucócitos por microlitro (milímetro cúbico) de sangue.

Os leucócitos fazem parte do sistema imunitário do organismo. Têm por função o combate e a eliminação de microrganismos e estruturas químicas estranhas ao organismo por meio de sua captura ou da produção de anticorpos, sejam eles patogênicos ou não. Os leucócitos compreendem um grande grupo de células que se apresenta numa grande variedade de formas, tamanhos, número e funções específicas. 

Resultado de imagem para boa alimentaçãoE se alimentando bem e atingindo a recomendação diária de consumo de frutas e vegetais, você já garante uma defesa melhor para o seu organismo. Veremos agora alguns alimentos do nosso dia a dia que auxiliam um bom funcionamento deste sistema.


Resultado de imagem para frutas citricasLaranja, limão e acerola, por exemplo, possuem alto teor de vitamina C, um potente antioxidante que ajuda a diminuir o dano celular, sendo benéfico para o sistema imunológico. No entanto, para obter esses benefícios, é necessário consumir a vitamina sempre —e não apenas quando já se está doente. Como a vitamina C "se perde" quando exposta a luz e o calor, é importante que a fruta seja consumida imediatamente após aberta, para não reduzir muito seu valor nutricional.

Resultado de imagem para vegetais verde escuroAlimentos como brócolis, couve, espinafre são ricos em ácido fólico. O nutriente auxilia na formação de glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo, e também pode ser encontrado no feijão, cogumelos (como o shimeji e o shiitake) e a carne de fígado.



Carne, cereais integrais, castanhas, sementes e leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão de bico), são ricos em zinco, nutriente que combate resfriados, gripes e outras doenças do sistema imunológico.

Resultado de imagem para castanha do paráA castanha-do-Pará é fonte importante de selênio, um mineral antioxidante que neutraliza a ação de radicais livres, espécie de lixo produzido pelas células. Também é rica em vitamina E, outro antioxidante que previne o dano em membranas celulares. Apenas não exagere. O alimento é calórico e o excesso de selênio pode provocar intoxicação. Os nutricionistas recomendam comer uma castanha por dia.
Rico em licopeno, o tomate é forte aliado para combater doenças cardiovasculares, removendo radicais livres do organismo. Esses compostos aceleram o envelhecimento celular e deixam o corpo mais propício a desenvolver doenças.

A pimenta é fonte de betacaroneto, substância que se transforma em vitamina A, nutriente que protege o organismo de infecções.

Resultado de imagem para alho e cebolaO alho, além de trazer um sabor delicioso para os mais diversos pratos, reduz e ajuda a diluir o muco nos pulmões, sendo eficaz contra tosse persistente e bronquite. Inclusive, o alho pode ser consumido junto a antibióticos. Por ser rico em vitamina A, C e E, alho é um forte aliado para reforçar o sistema imunológico.
A cebola é rica em substâncias anti-inflamatórias, antivirais, antiparasitárias, antibacterianas e antifúngicas, como a alicina, que ainda reduz o risco de alguns tipos de câncer, como o de boca, laringe, esôfago, cólon, mamas, ovário e rins. Por isso, é um ótimo remédio para afastar gripes, resfriados e infecções em geral.

Resultado de imagem para gérmem de trigoO gérmen de trigo acumula vitaminas A, E e K em grandes quantidades, que possuem excelente poder antioxidante, previnem o envelhecimento das células e contribuem para o aumento da imunidade, além de ajudar a regular o sistema digestório, estimular o apetite e tonificar a pele, mantendo-a saudável. Ele também é responsável pela boa coagulação sanguínea e contribui para o fortalecimento dos ossos. O gérmen de trigo pode ser consumido em molhos, iogurtes, frutas e outros alimentos como complemento alimentar.

Resultado de imagem para águaA boa hidratação do corpo é fundamental para manter a imunidade em alta. O organismo humano é composto em sua maior parte por água. Ela é essencial para que todas as reações bioquímicas ocorram perfeitamente nas células em especial quando ficamos doentes. Ingerir uma quantidade média de água, que varia de 1,5 litro a 2 litros por dia para pessoas normais, ou até mais, caso não se tenha restrições, é sempre bom para a saúde.

Resultado de imagem para vida saudavelUm cardápio saudável e a prática regular de atividade físicas ajuda bastante a aumentar a imunidade e manter o organismo forte, mas é preciso ficar atento a algumas atitudes que podem minar esse sistema de defesa. Entre os principais fatores que provocam uma queda na imunidade estão o estresse, o sedentarismo ou o excesso de atividade física e a má alimentação. Isso porque a falta de algumas vitaminas e minerais prejudica o bom funcionamento das células.


FONTES, textos modificados de: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/03/15/quer-melhorar-imunidade-veja-o-que-fazer-e-o-que-e-bom-evitar.htm; https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_imunit%C3%A1rio; https://www.minhavida.com.br/alimentacao/materias/10833-18-alimentos-para-aumentar-a-imunidade-de-forma-natural; https://pt.wikipedia.org/wiki/Leuc%C3%B3cito; Imagens --> Internet (www.google.com.br/imghp?hl=en).

quinta-feira, 19 de março de 2020

Animais que não vemos todos os dias

Texto modificado de: HIPERCULTURA
Para quem está acostumado a conviver com cachorros e gatos, alguns animais desta lista podem ser considerados feios de doer. Seja como for, essas esses bichos estranhos despertam a nossa curiosidade, seja pela sua raridade, seja por traços físicos pouco convencionais. O importante, não custa lembrar, é sempre respeitá-los e cuidar para que as ações humanas não ponham em risco a sua existência.
Cobra mole Cobra-mole

  • Nome científicoAtretochoana eiselti
  • Onde habita: bacia do rio Madeira, entre o estado brasileiro do Pará e a Bolívia
Esse tipo de cobra-cega foi descoberto em 2011 durante as obras da hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira. Trata-se, segundo cientistas, do maior anfíbio sem pulmões já conhecido, podendo chegar a mais de 80 cm. Como ela respira? Através da pele.
Saiga
    Saiga
  • Nome científico: Saiga tatarica
  • Onde habita: Rússia, Cazaquistão e Mongólia
Essa espécie de antílope de focinho bem curioso, que já contou com milhões de indivíduos espalhados pela região da Eurásia, hoje corre sério risco de extinção devido à caça desenfreada (seu chifre é valioso). Estima-se que hoje tenham restado apenas 50 mil exemplares.

Macaco-narigudo
    macaco narigudo
  • Nome científicoNasalis larvatus
  • Onde habita: florestas tropicais do Bornéu, ilha localizada no Oceano Índico
Não fosse o narigão, certamente esse macaco de bela pelagem não estaria nesta lista. Mas o fato é que não dá para ignorar esse detalhe no mínimo curioso. Só os machos desenvolvem o tal narigão, responsável pela amplificação do som que eles emitem para atrair as fêmeas na época do acasalamento.

Rato-toupeira-pelado

    rato toupeira pelado
  • Nome científico: Heterocephalus glaber
  • Onde habita: Somália, Etiópia e Quênia
Está para nascer um animal mais esquisito que o rato-toupeira-pelado, que passa a maior parte de sua vida debaixo da terra. Cientistas descobriram que essa espécie de roedor suporta níveis baixíssimos de oxigênio liberando frutose na corrente sanguínea.


Pichiciego-menor

    Pichiciego menor
  • Nome científico: Chlamyphorus truncatus
  • Onde habita: planícies da Argentina
O pichiciego-menor é a menor espécie de tatu do mundo, variando entre 84 e 117 mm sem a cauda. Chama a atenção sua bela carapaça cor-de-rosa. Durante o dia, permanece escondido em sua toca, de onde só sai à noite para caçar formigas e insetos.

Toupeira-nariz-de-estrela

Toupeira de nariz de estrela
  • Nome científico: Condylura cristata
  • Onde habita: pântanos e regiões úmidas do Leste da América do Norte
Essa toupeira esquisita costuma ter uns 20 cm e se alimenta preferencialmente de insetos e invertebrados pequenos, podendo cavar túneis e nadar com desenvoltura. Sua feiura tem uma função: esses 22 tentáculos carnudos do focinho servem como receptores sensoriais super potentes que podem identificar uma presa em meio segundo!

Ocapi

    ocapi
  • Nome científico: Okapia johnstoni
  • Onde habita: florestas tropicais do Nordeste do Zaire, na África
Uma mistura de cavalo, zebra e girafa: eis o ocapi, um dos animais mais curiosos do mundo! Apesar de ter o porte de um cavalo, com 2,5 m de comprimento e altura até o ombro de 1,5 m, ele pertence à mesma família das girafas (Giraffidae). Para se alimentar, os ocapis fazem uso de sua língua longa e preta, com a qual arrancam folhas de árvores e arbustos. Tal como as girafas.

Aie-Aie
    aie aie
  • Nome científico: Daubentonia madagascarienses
  • Onde habita: florestas tropicais e manguezais de Madagascar
Esse parente do lêmure pode chegar no máximo a 44 cm, sem contar a cauda. Tem hábitos noturnos, permanecendo grande parte do dia dormindo nas copas das árvores. Diz a lenda que esses seres são malignos e usam suas unhas longas para perfurar o coração das pessoas enquanto elas dormem. Mas a verdade é que esses pequenos primatas são inofensivos e se alimentam preferencialmente de larvas, frutas e nozes.
Peixe-morcego-de-boca-vermelha
    peixe morcego de boca vermelha
  • Nome científico:Ogcocephalus darwini
  • Onde habita: próximo às ilhas Galápagos, no Oceano Pacífico
Quem quiser ver esse peixe de aspecto curioso tem de ir mergulhar próximo às ilhas Galápagos. Mas deve olhar lá para baixo, já que esse peixinho vive nos recifes ou no solo areno do fundo do mar, não passando muito dos 100 m de profundidade.


 Tenreque-raiado-das-planícies
    tenreque raiado
  • Nome científico: Hemicentetes semispinosus
  • Onde habita: florestas tropicais no Leste da ilha de Madagascar
Definitivamente, Madagascar é uma ilha repleta de animais curiosos. O pequeno tenreque é apenas mais um na lista, e talvez o menor de todos. Esses animais têm em média 14 cm e pesam de 80 a 150 g. Os espinhos, destacáveis, são instrumento de defesa. E uma característica curiosa é a sua capacidade de emitir sons agudos (estridulação) por meio da fricção de seus espinhos com o objetivo de se comunicar com outros de sua espécie.

Tubarão-duende

    tubarão duende
  • Nome científico: Mistukurina owstoni
  • Onde habita: diversas partes do mundo
Encontrar um bicho desse no mar deve ser uma experiência aterrorizante. É capaz da pessoa morrer de susto antes de ser atacada. Mas pode ficar tranquilo: esses animais são bastante raros. Além disso, vivem em profundidades superiores a 1.000 metros. Chama a atenção sua mandíbula protuberante que, por ser ligada ao crânio apenas por cartilagem, se projeta no momento do bote.

Porco-do-mar
    porco do mar
  • Nome científicoScotoplanes globosa
  • Onde habita: em zonas muito profundas de todos os oceanos
Como outros equinodermos, os porcos-do-mar (que ganhou esse nome devido ao seu formato) são animais marinhos e invertebrados. Medem entre 3 e 10 cm e vivem em zonas abissais dos oceanos (3 ou 4 mil metros). Essas "perninhas" são apêndices que servem justamente para a sua locomoção no fundo do mar.

Caranguejo-Yeti
    caranguejo yeti
  • Nome científicoKiwa hirsuta
  • Onde habita: grandes profundidades do Pacífico Sul
Já ouviu falar do Yeti, o Abominável Homem das Neves? Pois saiba que no fundo do mar vive uma espécie de crustáceo que leva esse nome. Mas a semelhança fica só por conta dos pelos. Esse caranguejo peludo pode ser encontrado a mais de 2 mil metros de profundidade, vivendo na mais completa escuridão.

Dragão-azul

    dragão do mar
  • Nome científicoGlaucus atlanticus
  • Onde habita: em todos os oceanos
Esse tipo de lesma-marinha é super pequena, chegando a medir apenas 4 cm. Apesar disso, esse animal pode ser mais perigoso para os humanos que muitos bichos gigantescos. Isso porque o dragão-azul se alimenta de cnidários venenosos (como a caravela), armazenando seu veneno. Por isso, tocá-lo pode ser uma experiência bastante arriscada.

Tartaruga-focinho-de-porco
    Tartaruga focinho de porco
  • Nome científico: Carettochelys insculpta
  • Onde habita: rios e lagos do Norte da Austrália e do Sul da Nova Guiné
Essa espécie curiosa de tartaruga têm um corpo grande, podendo chegar a meio metro de comprimento na fase adulta e pesar mais de 20 kg. Seu nariz, cujo formato assemelha-se ao focinho do porco, possui receptores sensoriais que são muito úteis para localizar presas em águas turvas.

Peixe-gota

    peixe gota
  • Nome científico: Psychrolutes marcidus
  • Onde habita: costa da Austrália
O peixe-gota, também conhecido como peixe-bolha, tem um aspecto curiosíssimo e até meio nojento. Sua boca curvada dá a impressão de que está sempre aborrecido com alguma coisa. Ele é um peixe de águas profundas, podendo suportar enormes pressões. Foi eleito em 2013 pela Ugly Animals Preservation Society como o peixe mais feio do mundo.
FONTE:  HIPERCULTURA (https://www.hipercultura.com/animais-mais-estranhos-curiosos-do-mundo).